Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A psicologia criminal e a atividade policial.


*José Luiz Barbosa, Sgt PM - RR





Mais do que ensinar técnica policial, leis e impor aos policiais o respeito aos direitos e garantias fundamentais é essencial para a atividade policial conhecer o objeto de seu trabalho, e a psicologia criminal se constituí dentre a principal disciplina, mas que a muito deixou a grade curricular das academais e centros de formação, e em outras polícias brasileiras nunca teve assento, já que até o ensino e o conhecimento como ferramenta de resolução de conflitos e de melhoria dos indicadores da segurança pública são encarcerados e hierarquizados nas instituições militares.


A elitização do saber é uma das características que sustentam o modelo militarizado, e que mantém cativos e vítimas de um sistema opressor policiais militares e agentes de segurança do estado, que ainda insistem em acreditar que vivemos em uma sociedade do crime, e que para se vencer esta "guerra" os fins justificam os meios, e quando se dão conta se veem processados, condenados e presos.



Apesar dos avanços em treinamento e melhoria da qualidade da formação policial, é nítido e notório que a polícia se orienta por teorias ultrapassadas, como a já superada teoria lombrosiana, e pela rotulagem sociocriminal sancionada no substrato da cultura policial.



Nesta cultura que segue a política de segurança pública que dita e imprime o direito penal do inimigo, sujeitam-se bem intencionados profissionais, estabelecendo para os policiais como ferramenta principal e legítima a doutrina da repressão, como prima ratio para o enfrentamento do crime e do criminoso como inimigo a ser exterminado.

O que era válido como conhecimento e paramêtros para a prevenção como prima ratio, e a repressão como ultima ratio, para se enfrentar o crime mudou profundamente nos últimos 50 anos, e não será com a militarização e uso da repressão como instrumento e de técnicas policiais como meio que se alcançará a redução de crimes, e a tão sonhada tranquilidade pública, ao contrário os efeitos e o sentimento recorrrentes são a resistência, desconfiança, e o descrédito o que a polícia conquistará, mesmo dos que se dizem cidadãos de bem, e os estudos e pesquisas atuais confirmam a premissa.

Sem comparar a atuação policial de antes, e depois deste período, pois isto exigiria um esforço cientifico de estudo e pesquisa, sentimos que a formação policial que caminhava tão bem, entre a década de 90 e 2000, sofreu alterações e deformidades na cultura policial provocando a corrosão de sua vocação principal que se fundamentava na filosofia da prevenção, e na integração entre comunidade e polícia, única via para se reconstruir, fortalecer e corrigir os laços de respeito, solidariedade, cooperação e confiança tão necessário para o exito e eficiencia da prevenção criminal.



*Especialista em segurança pública, Ativista de direitos e garantias fundamentais, e Fundador do Movimento Mineiro pela Segurança Pública.

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