Projeto da ALMG tem início com cursos sobre recuperação de nascentes e produção de mudas em povoados do Norte de Minas.
Começou nesta semana mais uma etapa do Cidadania Ribeirinha, projeto promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Mantido com recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), a iniciativa é voltada para municípios mineiros da Bacia do São Francisco com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O objetivo é estimular ações comunitárias ambientalmente sustentáveis, além de promover atividades de geração de renda e melhoria das condições socioeconômicas das populações do Norte de Minas.
Esta etapa vai abordar as atividades de recuperação de nascentes, produção de mudas nativas em viveiros, coleta seletiva e reaproveitamento de resíduos sólidos, hortas comunitárias e produção de polpas de frutas do Cerrado. A expectativa é de que as atividades deste ano beneficiem cerca de 30 mil pessoas dos povoados de Várzea Bonita, São Joaquim e Riacho da Cruz, no município de Januária; e Bom Jardim da Prata, Retiro e Jiboia, no município de São Francisco, além das comunidades vizinhas.
Os temas, apresentados por comissões de gestores formadas por ex-alunos dos cursos do Cidadania Ribeirinha e líderes comunitários, foram escolhidos em assembleia geral pelas próprias comunidades rurais do Norte de Minas envolvidas no projeto.
Neste sábado (13/2/16) será concluído um curso sobre recuperação de nascentes em Jiboia. Na segunda (15) tem início a atividade de produção de mudas nativas em Riacho da Cruz. A ação se estende até quinta (18). Outra turma do curso nesse mesmo local se inicia na sexta (19) e conclui no dia 23. Do dia 22 de fevereiro a 24 do mesmo mês, uma nova turma da comunidade de Jiboia faz o curso de recuperação de nascentes.
Para o próximo dia 24 de fevereiro está programado um seminário em Várzea Bonita, das 9 às 12 horas, e outro em São Joaquim, das 15 às 17 horas. A finalidade é sensibilizar as comunidades sobre a importância da recuperação e manutenção das nascentes. Segundo um dos gestores do projeto, José Coelho da Silva, muitas nascentes ficam dentro de propriedades particulares. Por isso, é relevante a conscientização das pessoas para a preservação desses locais.
Outros cursos vão ocorrer a partir do próximo mês. De acordo com José Coelho, a expectativa é de que eles sejam realizados até o fim de abril ou início de maio. Cada comunidade escolheu dois dos temas citados para serem trabalhados. Segundo ele, entre 40 e 50 pessoas participarão dos cursos por comunidade. Essas atividades, desenvolvidas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Minas Gerais (Senar-MG) integram o Curso de Formação de Agentes Populares em Educação Ambiental na Agricultura Familiar.
Preparação - Assim que os cursos se encerrarem, ressalta José Coelho, terão início os projetos. Ele explica que essas atividades preparam as comunidades para esse outro momento, que vem com o desenvolvimento dos projetos, o que deve se prolongar até 2017. “Os temas dos cursos têm relação direta com os projetos que serão implantados posteriormente”, conta.
A expectativa do gestor para este ano é grande. “Os alunos já estão cobrando o início das atividades. Esperamos instalar logo os projetos. Depois, com a ajuda das comunidades, queremos que eles se sustentem e continuem. Todos os cursos envolvem as populações. Nada é feito de cima para baixo”, enfatiza.
Iniciativa visa a reduzir desigualdades regionais
O projeto Cidadania Ribeirinha, que integra o Direcionamento Estratégico da ALMG, contempla uma série de ações que, em linhas gerais, têm como objetivo contribuir para a revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco, a redução da pobreza e da desigualdade nas comunidades ribeirinhas e a proteção do patrimônio cultural são-franciscano. É realizado por meio da articulação institucional de patrocínios, apoios, parcerias e colaborações, mobilizados junto a entidades do poder público, empresas privadas e organizações não-governamentais (Ongs).
Em sua 1ª edição, entre 2011 e 2012, foram contemplados Itacarambi, Manga, Matias Cardoso e Pedras de Maria da Cruz. Os municípios foram escolhidos por apresentarem os menores IDH dentre aqueles banhados pelo São Francisco (dados de 2000). O sucesso desta edição contribuiu para que o projeto fosse um dos 19 selecionados entre 240 inscritos em todo o País para receber recursos do FNMA.
Na 2ª edição do Cidadania Ribeirinha, iniciada em 2015, foram contempladas as comunidades rurais de Januária e São Francisco. Esses municípios estão no segundo grupo na ordem de carência medida pelo IDH. Integram região ambientalmente importante da Bacia do Rio São Francisco, coberta pelo Cerrado, banhada por rios como Paracatu, Urucuia, Pardo e Pandeiros, e pontilhada ainda por veredas e lagoas marginais.
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