A escolha do PAPA é precedida de criteriosa votação entre os Cardeais; nos Tribunais de Justiça segue-se tradicional sistema de rodízio, valorizando-se a antiguidade; o Ministério Público sobressai-se através de eleições livres e democráticas entre seus integrantes; a Universidade amplia esse direito a toda a comunidade acadêmica no que é seguido pelas escolas, conselhos comunitários, sindicatos e tantas outras instituições que se respeitam e respeitam a sociedade que representam.
Esse exemplo de cidadania é ignorado em relação às instituições militares, onde a escolha do COMANDANTE GERAL ao invés de unir, em muitos casos, desgasta, desagrega, diminui, desestabiliza, desequilibra, corrói e fragiliza o “alto” e o “baixo” clero e especialmente, as instituições.
Nesses trinta e três anos no serviço ativo da Polícia Militar, testemunhei acirradas e desleais batalhas entre alguns daqueles que almejavam o cargo maior, onde a vida privada do concorrente era varrida desde a sua concepção no ventre materno, gerando inflamados dossiês, difamações, injúrias, vigílias em gabinetes de parlamentares, de líderes políticos, de religiosos e até de meretrizes nível A, para que sussurrassem o nome do seu $preferido$ no ouvido daqueles que têm mais proximidade com o ocupante da cadeira mais cobiçada no poder executivo.
O resultado dessa peleja geralmente é desastroso.
A história, aqui, ali e acolá, nos mostra, com raras exceções, comandantes que assumiram o cargo sem qualquer preparo técnico profissional, tendo como único mérito, o fato de terem passado a grande maioria dos anos em gabinetes climatizados, sem qualquer experiência operacional, onde podiam propor alterações de leis em busca de ascensão hierárquica fácil, relegando valores institucionais coma a ética, o decoro da classe, ignorando aqueles que sempre estiveram na linha de frente, trabalhando em ambientes insalubres, com equipamentos obsoletos e pasmem, sem a metade das gratificações que os abençoados percebem e incorporam em seus salários ao serem transferidos para a inatividade, ainda jovens, gordinhos, brancos até parecendo gringos de tanto comerem caviar, cheios de títulos universitários, pois nunca foram impedidos de estudar e um futuro promissor ao lado dos poderosos que se eternizam no poder e a quem sempre bajularam.
Na corrida para ver quem assume a partir de janeiro próximo, dois candidatos se destacam: um deles, promissor empresário fardado que durante a campanha não deixou faltar água de coco e mel de abelha e o outro, adepto de bolo de laranja e perfumes importados, disputam a pole position, e seria uma catástrofe para a corporação se um deles lograsse êxito, o que espero que não ocorra.
Não havendo mais tempo para mudanças, apelamos a senhora Governadora Rosalba Ciarline que autorize alterações na legislação, no sentido de que os próximos COMANDANTES GERAIS sejam eleitos por seus pares, com mandato de dois anos, com direito a uma reeleição, não mais podendo concorrer a tal cargo, na forma vitoriosa adotada pelo Ministério Público, ofertando, deste modo, legitimidade ao exercício do comando, o que tornar-se-ia mais benéfico para as corporações, para seus integrantes, para a sociedade e para o próprio governante.
Assim ocorrendo seguramente iríamos desarraigar esse mal que nada constrói em prol dos interesses maiores das nossas instituições castrenses, além de consolidar a aplicação de princípios democráticos em toda dimensão da segurança pública, pois somente através da legitimidade e do apoio e reconhecimento da Tropa, poderemos avançar e melhorar a nossa atuação em defesa dos direitos e da dignidade humana.
A propósito arvoro-me do direito constitucional de registrar minha preferência individual antes de ser colocado em prática o processo eletivo, dizendo a senhora Governadora Rosalba Ciarline que tanto o Coronel Araújo quanto o Coronel Freitas gozam da simpatia de todos nós para o cargo de Comandante Geral da nossa gloriosa Polícia Militar. ADSUMUS. walterler@gmail.com.br.
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