"Ou vota a PEC 300, ou o Palocci vem aqui", diz Garotinho na Câmara
O ex-governador do Rio de Janeiro e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) ameaçou o governo, nesta terça-feira, ao dizer que se a PEC 300 não for votada pela Câmara, os deputados que defendem a proposta devem apoiar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
"O momento político é esse. Temos uma pedra preciosa, um diamante que custa R$ 20 milhões, que se chama Antonio Palocci", disse. "A bancada evangélica pressionou e o governo retirou o kit gay. Vamos ver agora quem é da bancada da polícia. Ou vota, ou o Palocci vem aqui."
A ameaça foi feita pois há diversos requerimentos, apresentados pela oposição, em comissões da Câmara pedindo que o ministro compareça ao Congresso para explicar como ele enriqueceu fazendo negócios como consultor nos quatro anos em que também exerceu o mandato de deputado, conforme revelou a Folha.
DEM, PSDB e PPS prometem fazer uma ofensiva nesta quarta para tentar aprovar algum requerimento. Questionado se votaria em algum, Garotinho disse que só faz parte da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), comissão que não conta com nenhum pedido da oposição.
Questionado se assinaria então algum pedido de CPI para investigar Palocci, ele disse que prefere dar um voto de confiança ao ministro até que a Procuradoria-Geral da República diga se as informações que devem ser prestadas pelo ministro são suficientes.
"Não fiz uma ameaça, fiz uma proposta, que teve uma grande receptividade da plateia. Já os deputados mais ligados ao PT ficaram constrangidos e saíram. Agora eu acho que o Palocci deve explicações à sociedade brasileira", afirmou.
A afirmação de Garotinho foi dada durante audiência na Comissão de Segurança Pública, na instalação da Frente Parlamentar de Defesa da PEC 300. A proposta cria um piso salarial para os policiais e precisa ser votada em segundo turno na Câmara.
O deputado negou que tema qualquer tipo de retaliação do governo. "Não tenho preocupação nenhuma. A minha ideia é que se faça pressão ou a PEC não vai sair do papel. Temos que tomar uma atitude enérgica".
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