Menos da metade da população mineira confia na polícia. É o que aponta estudo apresentado nesta quinta-feira (09) pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O levantamento, referente ao ano de 2010, indica que 52,7% da população não confia nas polícias Civil e Militar.
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Diante deste quadro, nós queremos estimular uma abordagem mais pacífica e a utilização de armamentos menos letais”
O indicador é considerado positivo diante de um recente estudo semelhante divulgado pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), referente à confiabilidade em policiais nas diversas regiões do país. Na região Sudeste, 24% da população confia nas policias, enquanto a média nacional é de 27,32%. O estudo do Ipea não destaca informações por Estados e a iniciativa mineira de medir o grau de confiança da polícia é inédita.
Por ser a primeira vez que o governo mineiro mede a confiabilidade na polícia mineira, não há como saber se o índice vem melhorando. De acordo com o coordenador do Índice de Qualidade de Vida à Defesa Social (IQVDS), Murilo Cássio Xavier Fahel, professor da Fundação João Pinheiro, o levantamento de como as polícias são vistas pela sociedade ajudará a melhorar o setor de Segurança Pública.
O diretor de avaliação da Seds, Edmilson Pereira, explica que entre os motivos de desconfiança da população nas polícias estão o mal treinamento, o despreparo, a violência e a corrupção. “Diante deste quadro, nós queremos estimular uma abordagem mais pacífica e a utilização de armamentos menos letais”, afirma ele.
Para o sub-corregedor da Polícia Civil de Minas, Anderson Alcântara Silva Melo, a corrupção deve ser combatida com investimento em melhores salários e na infraestrutura de delegacias. “A Polícia Civil foi esquecida por vários governos, não é um problema atual. Eu sou policial de carreira, já trabalhei em delegacia, convivendo com ratos e baratas. A ideia que se tem hoje de um policial civil é de que ele trabalha por amor”, conta. Atualmente, a Polícia Civil Mineira está parcialmente em greve, buscando melhorias salariais e de infraestrutura para trabalhar.
O estudo do governo mineiro aponta que entre, as 18 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp) avaliadas, as piores são Vespasiano (Grande BH), Patos de Minas (Alto Paranaíba), Unaí (Noroeste) e a capital, Belo Horizonte.
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