Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trabalhador que o governo nega a valorização profissional e ainda avilta sua dignidade

Policial honesto vai pra rua, mas da amargura
 
Quando vemos um carro da PM atravessar sinal vermelho, correr em velocidade proibida ou fazer barbeiragens no trânsito, sabemos que nada vai acontecer com seu tripulante. A não ser que seja um policial honesto atrás de algum bandido. Porque aí o bicho pega, e ele será severamente punido. O policial, é claro.
É o que está acontecendo com o soldado Rogério Weiers. Ele corre o risco de perder o terreno onde mora com a mulher e dois filhos, em Embu (São Paulo). Isso porque, em 1999, durante uma patrulha, trocou tiros e perseguiu um veículo suspeito na contramão da rodovia Régis Bittencourt.
Na perseguição, o carro da polícia bateu em outro, que sofreu perda total. Os marginais fugiram. E aí começou o pesadelo de Weiers: a Procuradoria Geral do Estado quer que o soldado pague pelo prejuízo material. Essa dívida, na época de R$ 9.716, hoje está em torno dos R$ 50 mil.
É que o Estado é muito rigoroso, todos sabemos. Os caras são durões, não é mesmo? Como não deram moleza nem fizeram acordo sobre a forma de pagamento, a solução que acharam foi a de tomar a única propriedade do PM. Um terreno modesto, onde fica uma residência humilde, em parte ainda sem reboco. Casa de trabalhador.
E assim seria feito, se o soldado, no mais legítimo desespero, não postasse um vídeo na internet contando sua história. Em cinco dias, foram mais de 11 mil exibições. Os paisanos compraram a briga do policial. E vários colegas também se dispuseram a ajudar.

Fosse ele um servidor público corrupto, um meliante fardado, jamais estaria passando por isso. Primeiro, teria arrumado testemunhas falsas. No máximo, pagaria a despesa com o dinheiro do tráfico de drogas ou da bandidagem pura e simples.
Mas como é um homem humilde, mesmo usando com distinção o uniforme da Polícia Militar, teve que atingir a mídia para ser ouvido em seus direitos. Ele quer pagar. Assume o erro. Acha justa a sua punição. Mas quer ser tratado com respeito.
Para a procuradoria, aí já é pedir demais. Quem mandou não ter grandes advogados, amigos poderosos ou dinheiro para propinas? Está pensando que o Estado é duro com todo mundo? Não. Todos sabemos. Milhões são desviados dos cofres públicos, sem que retorne um único centavo.
Nada a ver com as mansões dos grandes traficantes, aquelas que nunca são confiscadas, nem mesmo localizadas. O Estado está preocupado em botar seus homens na rua. Literalmente.

BLOG DO PROVOCADOR: por Marco Antonio Araujo

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