Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Deputado denuncia “farra dos coronéis”


Editorial do Blog:

Para os leitores, que nada compreendem sobre o universo fechado e intocável do mundo dos coronéis, sim porque vivem num mundo a parte na segurança pública, já que também se julgam membros do poder do estado, em especial do poder executivo, apesar de haver "oficiais" emissários e porta-vozes em quase todos os órgãos e poderes do Estado, por razões e justificativas completamente divorciadas do estado democrático de direito e das atividades profissionais e atribuições inerentes ao cargo e função que deveriam exercer.
Mas o que impressiona visivelmente, e também não é novidade e exclusividade do comando da PM de Goiás, é a indignação manifesta nas palavras do Comandante Geral da Policia Militar, que poderá ser observado todas as vezes em que se posiciona sobre as denúncias apresentadas pelo Deputado Maj PM Araújo, numa clara tentativa de desqualificar as denúncias e principalmente o denunciante, como a transformá-lo em detrator e inimigo da instituição.
Todos sabemos que o tráfico de influência política, e agora também do poder paralelo com a denúncia apresentada, cujas raízes estão no crime organizado, muitas vezes pressionam por decisões de seu interesse, e o processo de promoções na alta cúpula da Polícia Militar, sofre de vícios e distorções que são muitas vezes resultado desta pressão oculta e criminosa, tendo como consequência a contaminação de todo processo de promoção e até de criação de cargos de poder dentro da instituição.
Mas no presente caso, o que poderia sugerir mera coincidência, não nos parece ser exceção no âmbito institucional das Polícias Militares, pois para se proteger ou minorar a gravidade de denúncias que envolvam autoridades da alta cúpula, normalmente se adota posição corporativista e defensiva, para não dizer ofensiva e agressiva em relação ao autor e suas denúncias, que deveria ser tratada com responsabilidade, preocupação e completa isenção e imparcialidade, pois senão restará apurado somente o que interessa ao discurso oficial para que não haja mais prejuízos e danos que já são irreparáveis para a organização policial militar.
De outro modo, seria oportuno e salutar, a discussão sobre os critérios e procedimentos para avaliação de promoções na Polícia Militar, pois é instituindo políticas de valorização profissional que se motiva e se valoriza os profissionais que verdadeiramente assumem o compromisso de trabalhar por uma segurança pública melhor, mais efetiva e que atenda aos anseios do cidadão.

José Luiz Barbosa
Presidente da Associação Cidadania e Dignidade.  



Os leitores que estão acompanhando os noticiários da mídia nacional têm visto as denúncias de envolvimento de políticos de notoriedade com o contraventor Carlos Cachoeira, ao que parece, segundo as divulgações da imprensa, um poderoso lobista suprapartidário, que angariava apoio de políticos na defesa de interesses ligados ao jogo do bicho e às máquinas caça níqueis. Governadores, senadores e deputados lidavam diretamente com Cachoeira, razão pela qual acaba de ser aberta uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional visando investigar o real teor dessas relações.

No estado de Goiás surgiram denúncias de envolvimento do ex-Comandante Geral da Polícia Militar, e outros oficiais, com Cachoeira, motivo pelo qual foi chamado para assumir a função um coronel da reserva. Segundo as denúncias, encabeçadas pelo Deputado Estadual Major Araújo, tenente-coronéis chegavam a pagar cerca de R$100.000,00 reais para que fossem promovidos a coronéis. O vídeo abaixo dá conta da confusão que está instalada no âmbito da PMGO.


Não é demais dizer que praticamente em todos os estados do Brasil a relação entre polícia, política e jogo do bicho é permeada por interesses escusos e perversos, uma vez que a ilegalidade dos jogos aliada a sua aceitação e prática social coloca a polícia como definidora do que será reprimido ou não. Adicionando-se o fato de que a jogatina gera lucros substanciais a seus proprietários (como Cachoeira), tem-se o cenário ideal para o surgimento de propina e corrupção – que pode ocorrer em diversos níveis decisórios.

Ao que parece, discutir a situação legal dos jogos é questão de última hora para vetar este mecanismo quase que nacional de desmoralização das polícias brasileiras.

Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com

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