Em uma atitude inédita no país, o Exército brasileiro lança uma cartilha para orientar sua tropa, seu quadro de reserva e familiares contra as dezenas de golpes aplicados para tomar dinheiro de incautos. Apesar de não divulgar o número de ocorrências na corporação, o serviço de informação pública do Exército admite que houve aumento na incidência de queixas. A cartilha, produzida para distribuição interna, relaciona 21 golpes de estelionatários e dá conselhos para não cair na tentação do dinheiro fácil. Estão listados desde o conhecido golpe do falso sequestro e do consórcio até aqueles que visam especificamente os militares. Entre eles o da ação judicial, que informa a existência de valores conquistados na Justiça mediante o pagamento de certa importância, e ainda do Fundo de Saúde do Exército (Fusex), com a simulação da troca do cartão-saúde, que tem como alvo o quadro de reserva e pensionistas.
A cartilha foi elaborada este ano pela Centro de Inteligência do Exército para distribuição em 16 unidades, que se responsabilizará pela entrega à tropa. O rodapé de cada página traz a descrição do golpe e conselhos para afastar estelionatários. Um exemplo é o golpe do consórcio (veja quadro), que traz o seguinte conselho: “Certifique-se sempre de que a empresa é cadastrada e tem solidez no mercado, antes de fechar negócio. Cuidado com dinheiro rápido e fácil”. Na abertura da cartilha, são listados ainda 10 conselhos que dificultam as ações de golpistas como: “Controle sua ambição” e “Não seja ingênuo. Dinheiro fácil não existe”, além da máxima: “Nunca aceite ajuda de estranhos, especialmente em bancos”. De acordo com o Exército, o que fica claro na análise das reclamações das vítimas é que a razão do crescimento dos golpes é a “falta de informação por parte das pessoas ou do excesso de ambição”.
ACESSO O informativo chama atenção ainda para o “grande conhecimento” que os golpistas têm dos dados pessoais das vítimas, um facilitador na ação criminosa. Nesse caso, a recomendação é não fornecer dados pessoais por telefone, orientação que deve ser repassada a toda a família. Ao descrever o golpe da cópia da carteira de identidade, o Centro de Inteligência do Exército sugere que, ao entregar cópia de documentos, especialmente a identidade militar, em alguma instituição ou estabelecimento comercial, insira duas linhas sobre o documento para descrever a finalidade daquela cópia. Isso porque a fotocópia pode ser usada indevidamente para fazer empréstimos bancários. A cartilha alerta para a necessidade de ficar atento nas filas dos bancos, onde é frequente o golpe do falso gerente, quando uma pessoa se faz passar por funcionário e recolhe o dinheiro e as guias para depósito, prometendo maior agilidade, e foge com os valores.
Batendo sempre na tecla de que se deve desconfiar de “ofertas generosas”, o Centro de Inteligência do Exército faz um alerta especial para o golpe da pirâmide ou programa de ajuda mútua. “As pirâmides constituem crime contra a economia popular”, afirma o documento, que descreve o artigo 2º da Lei 1.521 – obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou do número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos. Em geral, a abordagem é feita por e-mail ou correspondência que relaciona nomes de pessoas e suas respectivas contas bancárias. Para fazer parte do grupo é necessário depositar quantias indicadas, até chegar sua vez de receber o depósito. No entanto, a ação se desfaz antes que a vítima receba o que investiu.
DESGASTADO Como exemplo de ganho fácil foi listado o golpe do bilhete premiado, que, apesar de bastante divulgado, ainda faz vítimas. Segundo a sessão de informações públicas do Exército, na seleção dos golpes para compor a cartilha foram analisadas “matérias veiculadas pela imprensa e ainda sugestões de pessoas que direta ou indiretamente tomaram conhecimento de tais ilícitos”.
Para tentar evitar os estelionatários, o Exército pede que “todas as ligações telefônicas feitas por supostos integrantes da corporação ao pessoal em serviço devem ser comunicadas à Seção de Controle de Militares Temporários (SCMT), responsável pelo controle do efetivo. Entre os golpes está o do falso coronel. Um homem, se passando por oficial, liga para o pessoal em serviço e solicita apoio para rebocar seu veículo, sob a alegação de que tem uma pessoa doente e não pode esperar o reboque. Ele pede o telefone do militar que vai lhe dar apoio e pouco tempo depois liga, pedindo, desta vez, para que compre créditos para seu celular. Diz que é para ligações urgentes. Para dar mais veracidade, solicita a compra de remédios para o doente que o acompanha. Ao chegar ao local, no entanto, se comprova a farsa.
De olho nos incautos
Passagem aérea
É oferecida uma passagem aérea com preço abaixo do de mercado, justificando que é referente a bônus no cartão de milhagem. No momento do embarque, a pessoa é informada que a passagem foi comprada com cartão roubado.
Empréstimos e financiamento em nome de militar falecido
Usando informações privilegiadas, o golpista faz empréstimos junto a instituições financeiras, que oferecem crédito fácil, em nome do militar. A família, abalada com a morte recente, só descobre a fraude meses depois.
Pecúlio
A vítima recebe telefonema ou correspondência de pessoa que se diz funcionário de associação, de empresa de previdência privada ou oficial do Exército, para informar sobre existência de um saldo de pecúlio a receber e oferecendo o saque imediato. Para isso, exige o depósito de 10% do valor a ser recebido em conta-corrente indicada. De posse do nome, CPF, endereço do beneficiário, é depositado na conta indicada pela vítima um cheque roubado, que fica bloqueado por mais de 24 horas e depois é sustado.
Falso sequestro
Uma pessoa liga para a vítima e diz que sequestrou algum parente dela. Exige uma quantia em dinheiro depositada em uma conta-corrente para a libertação e não permite que desligue o telefone.
Parentes em dificuldades
O estelionatário se passa por um parente em apuros e pede por telefone que a vítima deposite uma quantidade em dinheiro para socorrê-lo.
Consórcio
A vítima recebe ligação de uma pessoa que usa o nome de uma empresa de fachada para fazer a venda de um consórcio mediante o pagamento antecipado de taxas, além do pagamento de cotas pelo período mínimo de 12 meses. Passado esse prazo, a empresa fictícia é fechada e a vítima fica com o prejuízo.
Falso gerente de banco
O golpista faz-se passar por funcionário de banco e usa o pretexto de organizar a fila do caixa para abordar os correntistas. Ele recolhe dos clientes as guias de depósito com dinheiro e promete retornar com os recibos da transação. No entanto, desaparece com os valores.
Bilhete premiado
O estelionatário aborda a vítima, dizendo ser de outro estado. Ele garante que ela tem um prêmio a receber e a convence a acompanhá-lo até o local de pagamento da premiação. O bilhete então é oferecido à pessoa por preço irrisório. Quando recebe o valor acertado, o golpista desaparece.
Promoção de programa de televisão
A vítima recebe um telefonema em que o golpista informa ser da produção de um programa de televisão. Comunica que ela foi sorteada e tem prêmios a receber. No entanto, para validar o sorteio, deve comprar cartões de telefone e recarregar o número do celular indicado.
Mensagem premiada via celular
O estelionatário envia mensagem para o celular da vítima, informando que ela ganhou um prêmio e, para recebê-lo, deverá depositar uma quantia em dinheiro na conta-corrente indicada por ele. Após o depósito, ela percebe que foi vítima de um golpe.
Suposta empresa de telefonia
Passando-se por funcionário da empresa concessionária de telefonia, uma pessoa liga para o celular da vítima para informar que foi detectado um defeito naquele aparelho. Para o reparo, solicita que a pessoa digite um número por ele fornecido. Com essa ação, o estelionatário clona o número da linha para uso indiscriminado com ligações interurbanas e internacionais.
Pirâmide ou Programa de Ajuda Mútua
É enviado à vítima um e-mail ou uma lista contendo quantidade variável de nomes de pessoas e suas respectivas contas bancárias. Para aderir ao programa, deverá depositar uma quantia na conta das pessoas relacionadas. Ao participar da pirâmide, o nome da vítima passa pelas demais posições e receberá depósitos de outros participantes. Mas isso não ocorre e a pessoa fica no prejuízo.
Ação judicial
Militares da reserva são contatados por telefone ou pelo correio por um cidadão que se apresenta como advogado, representante jurídico de inativos ou pensionistas. Ele informa sobre o ganho de uma ação judicial coletiva e solicita que o militar confirme a informação em um telefone indicado. Lá um comparsa solicita dados da conta bancária e o pagamento de custas processuais.
Carteira de identidade
Golpe é aplicado usando cópia da carteira de identidade. Isso porque a maioria das instituições ou estabelecimentos comerciais concedem crédito mediante a apresentação da cópia de documento. Assim, por descuido do funcionário ou até mesmo com sua conivência, a cópia é extraviada para uso indevido, como empréstimos em instituições bancárias.
Fundo de Saúde do Exércio (Fusex)
Uma pessoa procura militares da reserva ou pensionistas se dizendo funcionário do Fusex para fazer o recadastramento de beneficiários e substituição do cartão. A vítima é levada a preencher um falso questionário, quando é informada que a troca tem um custo. O valor é baixo, mas o golpista diz não poder receber dinheiro e pede um cheque. Depois, o valor é adulterado no documento. É frequente que o falsário ofereça para preencher o cheque, deixando espaço para a fraude.
A cartilha foi elaborada este ano pela Centro de Inteligência do Exército para distribuição em 16 unidades, que se responsabilizará pela entrega à tropa. O rodapé de cada página traz a descrição do golpe e conselhos para afastar estelionatários. Um exemplo é o golpe do consórcio (veja quadro), que traz o seguinte conselho: “Certifique-se sempre de que a empresa é cadastrada e tem solidez no mercado, antes de fechar negócio. Cuidado com dinheiro rápido e fácil”. Na abertura da cartilha, são listados ainda 10 conselhos que dificultam as ações de golpistas como: “Controle sua ambição” e “Não seja ingênuo. Dinheiro fácil não existe”, além da máxima: “Nunca aceite ajuda de estranhos, especialmente em bancos”. De acordo com o Exército, o que fica claro na análise das reclamações das vítimas é que a razão do crescimento dos golpes é a “falta de informação por parte das pessoas ou do excesso de ambição”.
ACESSO O informativo chama atenção ainda para o “grande conhecimento” que os golpistas têm dos dados pessoais das vítimas, um facilitador na ação criminosa. Nesse caso, a recomendação é não fornecer dados pessoais por telefone, orientação que deve ser repassada a toda a família. Ao descrever o golpe da cópia da carteira de identidade, o Centro de Inteligência do Exército sugere que, ao entregar cópia de documentos, especialmente a identidade militar, em alguma instituição ou estabelecimento comercial, insira duas linhas sobre o documento para descrever a finalidade daquela cópia. Isso porque a fotocópia pode ser usada indevidamente para fazer empréstimos bancários. A cartilha alerta para a necessidade de ficar atento nas filas dos bancos, onde é frequente o golpe do falso gerente, quando uma pessoa se faz passar por funcionário e recolhe o dinheiro e as guias para depósito, prometendo maior agilidade, e foge com os valores.
Batendo sempre na tecla de que se deve desconfiar de “ofertas generosas”, o Centro de Inteligência do Exército faz um alerta especial para o golpe da pirâmide ou programa de ajuda mútua. “As pirâmides constituem crime contra a economia popular”, afirma o documento, que descreve o artigo 2º da Lei 1.521 – obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou do número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos. Em geral, a abordagem é feita por e-mail ou correspondência que relaciona nomes de pessoas e suas respectivas contas bancárias. Para fazer parte do grupo é necessário depositar quantias indicadas, até chegar sua vez de receber o depósito. No entanto, a ação se desfaz antes que a vítima receba o que investiu.
DESGASTADO Como exemplo de ganho fácil foi listado o golpe do bilhete premiado, que, apesar de bastante divulgado, ainda faz vítimas. Segundo a sessão de informações públicas do Exército, na seleção dos golpes para compor a cartilha foram analisadas “matérias veiculadas pela imprensa e ainda sugestões de pessoas que direta ou indiretamente tomaram conhecimento de tais ilícitos”.
Para tentar evitar os estelionatários, o Exército pede que “todas as ligações telefônicas feitas por supostos integrantes da corporação ao pessoal em serviço devem ser comunicadas à Seção de Controle de Militares Temporários (SCMT), responsável pelo controle do efetivo. Entre os golpes está o do falso coronel. Um homem, se passando por oficial, liga para o pessoal em serviço e solicita apoio para rebocar seu veículo, sob a alegação de que tem uma pessoa doente e não pode esperar o reboque. Ele pede o telefone do militar que vai lhe dar apoio e pouco tempo depois liga, pedindo, desta vez, para que compre créditos para seu celular. Diz que é para ligações urgentes. Para dar mais veracidade, solicita a compra de remédios para o doente que o acompanha. Ao chegar ao local, no entanto, se comprova a farsa.
De olho nos incautos
Passagem aérea
É oferecida uma passagem aérea com preço abaixo do de mercado, justificando que é referente a bônus no cartão de milhagem. No momento do embarque, a pessoa é informada que a passagem foi comprada com cartão roubado.
Empréstimos e financiamento em nome de militar falecido
Usando informações privilegiadas, o golpista faz empréstimos junto a instituições financeiras, que oferecem crédito fácil, em nome do militar. A família, abalada com a morte recente, só descobre a fraude meses depois.
Pecúlio
A vítima recebe telefonema ou correspondência de pessoa que se diz funcionário de associação, de empresa de previdência privada ou oficial do Exército, para informar sobre existência de um saldo de pecúlio a receber e oferecendo o saque imediato. Para isso, exige o depósito de 10% do valor a ser recebido em conta-corrente indicada. De posse do nome, CPF, endereço do beneficiário, é depositado na conta indicada pela vítima um cheque roubado, que fica bloqueado por mais de 24 horas e depois é sustado.
Falso sequestro
Uma pessoa liga para a vítima e diz que sequestrou algum parente dela. Exige uma quantia em dinheiro depositada em uma conta-corrente para a libertação e não permite que desligue o telefone.
Parentes em dificuldades
O estelionatário se passa por um parente em apuros e pede por telefone que a vítima deposite uma quantidade em dinheiro para socorrê-lo.
Consórcio
A vítima recebe ligação de uma pessoa que usa o nome de uma empresa de fachada para fazer a venda de um consórcio mediante o pagamento antecipado de taxas, além do pagamento de cotas pelo período mínimo de 12 meses. Passado esse prazo, a empresa fictícia é fechada e a vítima fica com o prejuízo.
Falso gerente de banco
O golpista faz-se passar por funcionário de banco e usa o pretexto de organizar a fila do caixa para abordar os correntistas. Ele recolhe dos clientes as guias de depósito com dinheiro e promete retornar com os recibos da transação. No entanto, desaparece com os valores.
Bilhete premiado
O estelionatário aborda a vítima, dizendo ser de outro estado. Ele garante que ela tem um prêmio a receber e a convence a acompanhá-lo até o local de pagamento da premiação. O bilhete então é oferecido à pessoa por preço irrisório. Quando recebe o valor acertado, o golpista desaparece.
Promoção de programa de televisão
A vítima recebe um telefonema em que o golpista informa ser da produção de um programa de televisão. Comunica que ela foi sorteada e tem prêmios a receber. No entanto, para validar o sorteio, deve comprar cartões de telefone e recarregar o número do celular indicado.
Mensagem premiada via celular
O estelionatário envia mensagem para o celular da vítima, informando que ela ganhou um prêmio e, para recebê-lo, deverá depositar uma quantia em dinheiro na conta-corrente indicada por ele. Após o depósito, ela percebe que foi vítima de um golpe.
Suposta empresa de telefonia
Passando-se por funcionário da empresa concessionária de telefonia, uma pessoa liga para o celular da vítima para informar que foi detectado um defeito naquele aparelho. Para o reparo, solicita que a pessoa digite um número por ele fornecido. Com essa ação, o estelionatário clona o número da linha para uso indiscriminado com ligações interurbanas e internacionais.
Pirâmide ou Programa de Ajuda Mútua
É enviado à vítima um e-mail ou uma lista contendo quantidade variável de nomes de pessoas e suas respectivas contas bancárias. Para aderir ao programa, deverá depositar uma quantia na conta das pessoas relacionadas. Ao participar da pirâmide, o nome da vítima passa pelas demais posições e receberá depósitos de outros participantes. Mas isso não ocorre e a pessoa fica no prejuízo.
Ação judicial
Militares da reserva são contatados por telefone ou pelo correio por um cidadão que se apresenta como advogado, representante jurídico de inativos ou pensionistas. Ele informa sobre o ganho de uma ação judicial coletiva e solicita que o militar confirme a informação em um telefone indicado. Lá um comparsa solicita dados da conta bancária e o pagamento de custas processuais.
Carteira de identidade
Golpe é aplicado usando cópia da carteira de identidade. Isso porque a maioria das instituições ou estabelecimentos comerciais concedem crédito mediante a apresentação da cópia de documento. Assim, por descuido do funcionário ou até mesmo com sua conivência, a cópia é extraviada para uso indevido, como empréstimos em instituições bancárias.
Fundo de Saúde do Exércio (Fusex)
Uma pessoa procura militares da reserva ou pensionistas se dizendo funcionário do Fusex para fazer o recadastramento de beneficiários e substituição do cartão. A vítima é levada a preencher um falso questionário, quando é informada que a troca tem um custo. O valor é baixo, mas o golpista diz não poder receber dinheiro e pede um cheque. Depois, o valor é adulterado no documento. É frequente que o falsário ofereça para preencher o cheque, deixando espaço para a fraude.
Fonte: em.com
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