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terça-feira, 26 de junho de 2012

Prevenção é apontada como solução para problema do crak


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População denuncia cracolândia em Montes Claros
Na avaliação do presidente do Conselho Maçônico de Segurança Pública de Montes Claros, Antônio Augusto Coelho Tavares, a prevenção é o carro chefe para a solução do problema do uso do crack e outras drogas no Estado. Ele foi um dos convidados da audiência pública realizada nesta segunda-feira (25/6/12), em Montes Claros, pela Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Tavares lamentou o fato de, muitas vezes, a prevenção ser colocada em segundo plano, uma vez que é sempre vista, segundo ele, pela lógica do custo. "Quando se fala em prevenção, temos que estar preparados para gastar", defendeu.
A coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial para Usuários de Álcool e outras Drogas de Montes Claros (CapsAd), Eliane Silva Gonçalves, apontou a relação existente entre o uso de drogas e o alcoolismo. Segundo a coordenadora, o centro de atenção que representa trabalha com 40 pacientes permanentes, além de 20 novos acolhimentos por dia, dos quais 12 são relacionados ao cracke o restante ao alcoolismo. Ela ainda relatou durante entrevista à imprensa que uma das carências enfrentadas pela instituição é a pequena quantidade de funcionários, frente ao crescente número de usuários que procuram o centro de atenção. Além disso, ela defendeu a necessidade de mais um CapsAd em Montes Claros. Eliane destacou a importância da família no auxílio, recuperação e apoio ao dependente químico e lembrou que o uso do crack e outras drogas é um problema que vem alcançando não apenas as camadas mais pobres da sociedade, como também as classes mais altas.
Assim como Eliane, o presidente da Associação Cristã Banco da Solidariedade de Montes Claros, Frei Valdomiro Soares Machado, também apontou o consumo excessivo do álcool como uma porta de entrada ao consumo de outras drogas e defendeu que os dois problemas sejam combatidos de forma conjunta. Já a líder do grupo Dose mais Forte, de enfrentamento ao crack, Ana Paula Souza, defendeu a necessidade de promover a interação e a ressocialização do jovem.
Programa educacional – O trabalho que tem sido feito pela Polícia Militar em Montes Claros no combate e prevenção às drogas foi destacado pelo tenente coronel do 10° Batalhão da Polícia Militar, Geraldo Brasileiro de Sales Filho. Ele citou o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, de prevenção e redução do uso de drogas entre estudantes, que é aplicado nas escolas da rede pública e particular de Montes Claros. De acordo com o 1° tenente da PM Ovídio Fernandes, através desse programa cerca de 10 mil crianças e adolescentes são ajudados anualmente e, de 2003 até o primeiro semestre de 2012, 70 mil jovens já receberam o apoio do programa.
Para deputado, entrada de drogas por rodovias agrava problema
Autor do requerimento para realização da reunião, o deputado Tadeu Martins Leite (PMDB) citou como um dos problemas para o aumento do consumo e do tráfico de drogas na região o fato de Montes Claros ter um importante entroncamento rodoviário, o que facilita a entrada das drogas no município. O parlamentar disse ainda que, embora existam associações em Montes Claros que façam um belo trabalho na recuperação de usuários de crack e de outras drogas, esse número ainda é pequeno perto do problema existente. Tadeu Martins Leite também defendeu que essa situação só será amenizada quando os Governos Estadual e Federal se conscientizarem da necessidade de investimento no tratamento e prevenção ao uso das drogas.
Investimento – O deputado Carlos Pimenta (PDT) destacou que o combate às drogas é nacional, mas o acolhimento ao usuário é uma questão de governo. Ele citou o programa “Crack, é possível vencer”, do Governo Federal, que está sendo implementado no Estado do Rio de Janeiro, por meio de um convênio assinado em abril deste ano. Segundo ele, por meio do programa serão aplicados no Estado R$ 240 milhões na prevenção, tratamento e criação de seis novos centros de atenção psicossocial e 57 unidades de acolhimento de adultos usuários do crack, entre outras realizações. “Por que Minas não tem acesso a um programa como esse?”, questionou o parlamentar.Ele também citou o programa “Aliança pela Vida”, lançado pelo Governo Estadual em 2011. Segundo Carlos Pimenta, o programa investiu R$ 70 milhões no enfrentamento às drogas no Estado.
O deputado Paulo Lamac (PT) ressaltou o trabalho que tem sido feito pela comissão especial da Assembleia, da qual ele é presidente, e que, segundo ele, tem como foco cinco eixos temáticos para a elaboração de estudos e sugestões de enfrentamento ao crack: a prevenção, o tratamento, a reinserção social e atenção à família, a repressão qualificada e o financiamento. No que se refere à repressão qualificada, o parlamentar apontou como um problema o fato de o sistema penitenciário estar lotado de microtraficantes, enquanto os grandes traficantes, responsáveis pelo crescimento da rede de drogas no Estado, continuarem soltos. “O crack cria uma rede de microtraficantes, torna as pessoas instáveis e cria um processo de desequilíbrio na segurança pública”, comentou.
A reunião faz parte de uma série de encontros que a Assembleia tem promovido na Capital e no interior do Estado com o intuito de discutir formas de enfrentamento ao crack. As reuniões pretendem discutir os desafios e o avanço do consumo da droga em Minas Gerais, bem como subsidiar a elaboração de um documento com sugestões de ações e políticas públicas.
Dados – Estima-se que o número de usuários de crack no Brasil, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esteja em torno de 1,2 milhão e que a idade média para início do uso da droga seja de 13 anos. Em 2011, segundo dados do Ministério da Saúde, a rede pública prestou 2,5 milhões de atendimentos a dependentes de drogas e álcool, dez vezes mais do que há oito anos.

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