FOTO: RODRIGO LIMA - 29.4.2013
Violência. Bairro Belvedere, na capital, foi palco de dois assaltos a residências em apenas um dia
Galeria de fotos
OtempoOnline
A cada hora, pelo menos
três pessoas são roubadas ou extorquidas violentamente em Belo
Horizonte, seja na rua, no comércio ou dentro de casa. Em abril, segundo
a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), foram 2.524
ocorrências, uma média de 3,5 por hora. Se forem considerados os quatro
primeiros meses deste ano, as polícias registraram 75,6 casos por dia -
20% a mais que a média diária de 2012, que foi de 63,1 crimes violentos
contra o patrimônio. O problema se repete pelo Estado. Em Juiz de Fora,
na Zona da Mata, por exemplo, o crescimento foi de 57,6%. O titular
Seds, Rômulo Ferraz, diz que os números são preocupantes e que o combate
a eles é prioridade do governo.
Os números refletem a
sensação de insegurança da sociedade, principalmente depois da última
semana, quando cinco assaltos a residências ganharam destaque em razão
da violência das ações. Se for considerado somente o mês de abril, a
média diária foi de 84,1 roubos, sete a mais que em março. "Mudamos
nossa rotina e passamos a viver como reféns, apreensivos para chegar e
sair de casa", desabafou um engenheiro que teve a casa assaltada há dez
dias. Depois do crime, o prédio foi equipado com câmeras e vigilância
armada.
Na
padaria de Antônio Moreira Magalhães, 40, os equipamentos não impediram
que o estabelecimento, no bairro Vale do Jatobá, no Barreiro, fosse
assaltado por 33 vezes em três anos. "Não aguentei, o jeito foi vender a
padaria. Os mesmos bandidos voltavam para assaltar outras vezes. Faltam
mais empenho dos policiais e leis que não favoreçam os malandros",
disse.
Para o sociólogo Robson
Sávio, os dados ainda estão subestimados. "Muitas pessoas,
principalmente no centro da cidade, não registram ocorrências.
Observamos o aumento de todos os tipos de crime, mas nada se altera no
modo de se fazer segurança no Estado. Hoje, temos um sistema policial
que atua, principalmente, depois que o crime acontece", destacou.
O outro lado.
O secretário Rômulo Ferraz disse, ontem, que o Estado elegeu como
prioridade o combate aos crimes contra o patrimônio, que incluem os
roubos e arrombamentos. Segundo ele, a expectativa é de redução, até o
fim do semestre, de até 20% nas ocorrências. "Estamos fazendo um esforço
grande, não estamos conformados com os números".
O delegado Anderson
Alcântara, chefe do 1º Departamento da Polícia Civil de Belo Horizonte,
afirma que está sendo feita uma força-tarefa para investigar os crimes,
principalmente os ataques a residências. "Em breve, teremos prisões de
outras quadrilhas envolvidas em assaltos, o que dará certa tranquilidade
(à população)", afirmou.
A coronel Cláudia
Romualdo, comandante do policiamento da capital, ressalta a importância
de as pessoas registrarem ocorrências para ajudar a polícia a direcionar
suas ações em regiões mais problemáticas. "O crime migra, e estamos
sempre reforçando nossas ações em conjunto com a Polícia Civil". (Com Tâmara Teixeira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada