Segundo policial, tio foi obrigado por traficantes a fazer o serviço
DA REDAÇÃO - JORNAL O TEMPO
O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, que desapareceu depois de ser detido por PMs dentro da Rocinha, teria sido assassinado e tido o corpo levado para o lixão do Caju. Segundo informações divulgadas, a revelação foi feita pelo policial militar Juliano da Silva Guimarães, lotado na UPP da região, que afirmou que o tio dele, um motorista da Comlurb, foi obrigado por traficantes a levar um corpo para o local.
A informação teria sido repassada no dia 28 de julho, 14 dias depois do sumiço da vítima. O militar teria dito ainda que o tio estava no primeiro dia de trabalho, iria recolher o lixo na comunidade, quando foi abordado por suspeitos armados, que saíram de uma mata e deram a ordem a ele. A versão pode confirmar a informação do major Edson que disse ter visto Amarildo pela última vez descendo a escadaria de acesso à Rua Dioneia, ao sair da UPP. As câmeras localizadas no local não estavam funcionando no dia. A empresa que faz a manutenção do equipamento afirmou que haviam peças queimadas.
A Polícia Civil chegou a fazer buscas no Caju, mas foi informada de que o lixo fica poucos dias no lugar, sendo levado para o aterro de Seropédica. Uma perícia deve ser feita nesse outro local.
Investigação
A investigação acerca do desaparecimento de Souza está sendo realizada pela Divisão de Homicídios. Mais de dez testemunhas já foram ouvidas e a perícia foi realizada na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Os policiais querem elucidar o que motivou o desligamento de aparelhos de GPS dos carros da UPP e de duas câmeras de segurança da comunidade. nenhum dos dispositivos estavam funcionando no dia em que o pedreiro desapareceu. Para isso, os investigadores procuram imagens de câmeras de prédios e de pontos comerciais de São Conrado.
Na última quinta-feira (1º), moradores da comunidade realizaram uma passeata com intuito de pedir uma resposta. No Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, um grupo se uniu aos manifestantes que acamparam perto da casa do governador do Estado, Sérgio Cabral.
Repercussão
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, declarou, em Brasília que a polícia é a principal suspeita do crime. Já o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, rebateu afirmando que é cedo para apontar culpados.
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