Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O experimento de Filadélfia







Autor(es): Glaucio Soares
Correio Braziliense - 01/08/2013
 


Iesp-Uerj
Filadélfia é uma cidade americana com tradição, que teve a pretensão de concorrer com Nova York nos dias áureos desta cidade. Hoje, Filadélfia volta a figurar no noticiário internacional por um conjunto de boas razões. Os homicídios caíram 30% em um ano. Houve várias outras baixas em indicadores de crimes, como furto de carros, agressão física, assaltos a residências e negócios. A polícia acompanha estatisticamente 14 tipos de crimes relevantes. Nove deles atingiram o nível mais baixo em cinco anos.

O que houve? Todos temos interesse em saber como eles conseguiram esses resultados, talvez pensando em reproduzir as medidas e obter benefícios de diferentes tipos e tamanhos. Há mudanças que dificultam o crime e outras que o facilitam. Entre as que dificultam está a redução de uma faixa da população que contribui muito para o crime, tanto como vítimas quanto como autores. E houve, em Filadélfia, redução na faixa de pessoas entre 18 e 29 anos. É uma faixa que pesa muito no crime, sobretudo na cara masculina.

Mas não foram só as mudanças sociais e demográficas que contribuíram para a baixa do crime: houve políticas públicas inteligentes. Como as autoridades de Filadélfia definem políticas públicas inteligentes? Primeiro, e mais importante, baseadas em dados e pesquisas, não em chutes e achismos; segundo, mais proativa do que repressiva — a ênfase é impedir que o crime aconteça e não punir depois que o crime aconteceu; finalmente, ela se baseia na comunidade, que participa ativamente da segurança cidadã.

A inteligência usa análises georreferenciadas. Não distribui aleatoriamente os recursos preventivos e repressivos. Concentra-os onde há mais crimes, particularmente nas áreas quentes, com índices muito altos de criminalidade. Há análise dos crimes e suas tendências. Hoje a polícia trabalha mais com computadores do que com armas.

Algumas práticas tinham sido abandonadas, mas foram recuperadas em novos moldes. Uma delas é a patrulha a pé. Já foi a base da prevenção e foi sendo progressivamente abandonada. Voltou, experimentalmente, de roupa nova, com policiais treinados na interação com a comunidade. Foi um programa, com direito a nome e tudo: o Foot Patrol Experiment. Foi posto em ação no verão de 2009 e o resultado foi uma queda nos crimes violentos, que não foi pequena: 23%.

Ou seja, as políticas públicas inteligentes testaram e adotaram o que funcionava, abandonando o que não funcionava. Foram ancoradas em experimentos e dados, não em chutes, impressões e achismos. Ficaram de fora muitas medidas que, por serem recentes, deslumbraram alguns e, voltaram outras que, por serem mais antigas, tinham sido abandonadas. Ficou e entrou o que foi demonstrado empiricamente que funcionava.

Os policiais não inventaram conhecimento: havia importante centro de pesquisas sobre crimes e segurança pública na Universidade de Temple, chamado Center for Security and Crime Science, dirigido por um inglês que foi policial e decidiu estudar o crime seriamente. Estudou tudo o que podia e foi para uma instituição acadêmica. Seus antecedentes policiais ajudaram muito a estabelecer a ponte entre a polícia e o mundo acadêmico.

Há muito nas práticas policiais...

Leia a íntegra em  http://www.correiobraziliense.com.br/

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