No caso das greves do funcionalismo, Dilma se nega a negociar e determina o corte de salário de trabalhadores
O aumento da criminalização dos movimentos sociais tem preocupado os ativistas em todo o país. Assassinatos, violência policial, demissões arbitrárias, decisões judiciais contra o Direto Constitucional de greve são exemplos do crescimento da repressão contra os trabalhadores e suas lutas.
Isso tudo acontece em “plena democracia”. Se a ditadura intervinha nos sindicatos, a “ditadura democrática” tenta asfixiar financeiramente as entidades com as multas muitas vezes milionárias.
Trata-se de uma política de Estado, que envolve suas diferentes esferas de poder: as forças policiais, o judiciário, os governos estaduais, municipais e federal. Por exemplo, contra a greve do funcionalismo, Dilma se nega a negociar e determina o corte de ponto. Nesta semana, o STJ proibiu os Policiais Federais de realizarem operação padrão.
Mas os movimentos sociais também sofrem com a repressão, os assassinatos, principalmente, de jovens pobres e negros das periferias, a violência nas desocupações de terra e de moradia. Além das ameaças e assassinatos de dirigentes dos movimentos organizados.
Dilma e suas prioridades
Dilma não mede esforços para ficar de bem com o agronegócio, banqueiros e grandes empresários. A Reforma Agrária, por exemplo, grande reivindicação do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), uma importante base de apoio do PT, foi varrida da pauta do governo.
A forma como o governo fez aprovar o Código Florestal mostra o afago que Dilma faz aos fazendeiros, mesmo quando alguns deles são acusados de grilagem de terras e de assassinatos no campo.
Os povos indígenas e quilombolas também denunciam o governo por não combater os vários conflitos entre povos nativos e fazendeiros e usineiros. Conflitos que têm crescido por conta de projetos do governo federal, alguns ligados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), levando a morte de muitos ativistas.
Assim, a violência serve como ferramenta para calar os movimentos sociais. Esse é o verdadeiro significado da democracia para a classe dominante.
O que a imprensa comercial não divulga
Existem várias denúncias de ameaças e de assassinatos de trabalhadores no campo de na cidade. Em Roraima, o assassinato do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Valmir, foi assustador. Sua cabeça foi cortada e esmagada em seguida a marteladas, no meio do acampamento, diante de crianças e idosos. O crime aconteceu numa área conquistada há quatro anos, já repassada pelo governo federal ao estadual para a construção das casas. Mesmo com a concessão, a Dori Empreendimentos Imobiliários ainda briga na justiça pelo terreno para a construção de um estacionamento.
Crimes como estes não são atos isolados. Os movimentos sociais estão sendo perseguidos e o governo Dilma nada faz para impedir. Impera a omissão, que favorece os assassinos.
Judiciário a serviço da repressão
Também lamentável é a postura do Poder Judiciário. Ao não prender assassinos de trabalhadores e não garantir o respeito às greves, o Poder Judiciário reproduz a violência.
A desocupação ilegal do Pinheirinho, as multas aos sindicatos que lutam, as liminares em favor dos patrões, contra as greves, a demora para julgar os assassinos dos trabalhadores. Ao determinar uma reintegração de posse, por exemplo, o Judiciário desconsidera direitos fundamentais dos trabalhadores, exercendo papel repressor, pois desrespeita os Direitos Humanos.
Para o jurista Fábio Konder, reprovando a criminalização dos movimentos sociais, os juízes de Direito tem uma formação insuficiente na matéria de Direitos Humanos. “Em parte a responsabilidade é das faculdades
de Direito que em sua maioria são empresas de distribuição de diplomas, e a outra a irresponsabilidade a cúpula do Judiciário e dos organismos da magistratura que não dão ênfase às questões de Direitos Humanos num país que tem um índice alarmante de desigualdade econômica”, observa.
de Direito que em sua maioria são empresas de distribuição de diplomas, e a outra a irresponsabilidade a cúpula do Judiciário e dos organismos da magistratura que não dão ênfase às questões de Direitos Humanos num país que tem um índice alarmante de desigualdade econômica”, observa.
Fonte: Sintrajud/SP
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