Douglas Samuel foi condenado por tortura seguida de morte de aluno.
A vítima morreu afogada em piscina, durante treinamento, em 2013.
O tenente bombeiro militar Douglas Samuel de Araújo foi condenado, na última semana, a dez anos de reclusão por tortura seguida de morte. A vítima foi o aluno do curso de formação para bombeiros, Aussiner Dutra, que morreu durante o treinamento, em janeiro de 2013.
De acordo com o processo, Douglas Samuel perderá o cargo de tenente e não poderá assumir outro cargo no Corpo de Bombeiros, pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Aussiner era de Ariquemes (RO) e estava em Porto Velho cursando a capacitação, quando morreu afogado, após intensos treinamentos dentro da piscina de uma escola.
Inicialmente a morte por afogamento foi apontada como acidental.
Entenda o caso:
Entenda o caso:
Após receber denúncia da Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (Assfapom), de que a morte de Aussiner teria ocorrido devido a abusos cometidos por coordenadores do curso, a 20ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Rondônia começou a apurar o caso.
O presidente da Assfapom, Jesuíno Boabaid, disse que a associação abriu uma investigação por conta própria e que testemunhas que presenciaram o fato, relataram os abusos por parte do coordenador do curso.
Aussiner e os demais companheiros de curso estariam realizando exercícios dentro da piscina, por cerca de três horas. Às 13h, o grupo teria sido liberado por um auxiliar, mas receberam o comando do coordenador do curso para que continuassem dentro da piscina, realizando novos exercícios.
Segundo o presidente da Assfapom, a vítima apresentava sinais de cansaço, assim como outro colega. “Neste momento, o tenente ordenou que ninguém tocasse neles, que eles teriam que se virar sozinhos. Um conseguiu alcançar a borda da piscina, mas o Aussiner afundou”, relata Jesuíno.
Os dois alunos chegaram a receber atendimento médico, mas a vítima já teria sido retirada da piscina desacordada. “Tentaram reanimar, mas ele não resistiu, já tinha engolido muita água”, conta Boabaid.
Na ocasião, a corporação informou que o aluno teria sido vítima de um mal súbito, mas no atestado de óbito a morte foi registrada como “afogamento acidental”.
Do G1 RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada