* José Luiz Barbosa
Como podemos concluir, a audiência na assembléia legislativa, somente fez ecoar a insatisfação reinante, tanto entre Cabos, na promoção por tempo de serviço, com uma lei aprovada sem discussão e às pressa, para desmobilizar os policiais e bombeiros militares, na reivindicação por melhores salários, e que provocou uma onda crescente de revolta entre o que entendem que não há necessidade de fazer o curso de sargentos, e até os que interpretam que atingidos os dez anos na graduação deveriam de imediato serem convocados para o curso especial de formação de sargentos - CEFS.
Mas como podemos também perceber, há muita insatisfação entre sargentos e oficiais, que acabam por razões que desconhecemos sendo preteridos nas promoções, em particular pelos que estão prestando serviço na administração e órgão públicos, caso mais especifico de alguns oficiais, que praticamente construem suas carreiras em atividades burocráticas, administrativas e políticas, o que de certo modo, faz proliferar a cultura carrerista, tão perversa que distorce a aplicação justa, isenta e imparcial da avaliação para promoções.
Desde conjunto de fatores, como é de se esperar, emergem o desestímulo, a desmotivação, e a baixa auto-estima, que resulta em desvalorização e corrupção não intencional dos objetivos organizacionais, para tanto basta uma pesquisa séria e transparente para podermos constatar tal afirmação.
Mas há de se considerar que a intenção da audiência parece de certa forma louvável, pois assim fica patente e aferida a insatisfação coletiva, exatamente por refletir a inexistência de critérios mais consistentes e objetivos para que se possa equilibrar a antiguidade e a meritocrácia, para que as oportunidades possam ser iguais para todos, sem privilégios e possíveis apradrinhamento de qualquer natureza.
O que nos inquieta e nos fazer pensar é porque somente agora, com a proximidade das promoções e do fim de ano, temos uma discussão que apresentou elementos e distorções que já era do conhecimento de todos que estão discutindo o problema, talvez mais uma estratégia para se divulgar que recebemos um grande presente de Natal.
Enquanto isto, outras discussões de mais peso e importância para a classe ficam de lado, como a política salarial, pois insisto que reajuste percentuais esporádicos não resolverão nosso problema de valorização salarial, o promorar - anunciado como solução para o deficit habitacional, a PEC 330 que cria o piso salarial nacional, a regulamentação da jornada de trabalho, e tantas outras reivindicações que são de conhecimento público...etc.
Ao que nos parece, mas queremos acreditar ao contrário, senti-se que estamos sendo tratados a conta gotas, com doses homeopáticas de concessões, que ao longo dos últimos oito anos foram manejados como grandes e relevantes "favores", isto tudo para que o governo mantenha o controle sobre todos, e as associações e o deputado Sgt Rodrigues façam seu papel de fazer de conta que estão lutando firmemente em defesa de nossos interesses, cumprindo quem sabe talvez até "missão oficial", dividindo a responsabilidade de acalmar os ânimos e arrefecer sentimentos de revolta e rebeldia mais contundentes, que mesmo silenciosos crescem e se multiplicam.
2º Sgt PM, presidente da Associação Cidadania e Dignidade, bacharel em direito e fundador do blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada