ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
A presidente Dilma Rousseff comparou nesta quinta-feira as vítimas do nazismo a todos os perseguidos e mortos por "ditaduras e guerras injustas".
A presidente, que foi torturada durante o regime militar no Brasil (1964-1985), se emocionou ao falar da importância do "exercício da memória" quando participou de evento em memória às vítimas do Holocausto em Porto Alegre.
"Lembrar Auschwitz-Birkenau é lembrar todas as vítimas de todas as guerras injustas, todas as ditaduras que tentaram calar seres humanos", disse Dilma, com a voz embargada.
Em discurso no evento da Conib (Confederação Israelita do Brasil), a presidente afirmou que seu governo não irá "compactuar com nenhuma forma de violação dos direitos humanos em qualquer país".
Ela havia feito afirmação semelhante no final do ano passado em entrevista ao "The Washington Post", ao ser perguntada sobre o apoio do governo Lula (2003-2010) ao Irã.
A presidente, que tenta fazer deslanchar em seu governo a Comissão da Verdade para examinar o período da ditadura, insistiu na importância da "memória".
Segundo ela, "a memória é uma arma humana para impedir a repetição da barbárie". Parte do discurso foi lido, mas Dilma também improvisou.
O evento de hoje foi a primeira visita oficial dela ao Rio Grande do Sul, Estado onde fez carreira política. O presidente Lula participou nos últimos seis anos do evento de 27 de janeiro, dia internacional em memória às vítimas do Holocausto.
A presidente afirmou ainda que o Holocausto "inaugurou uma época de violência industrializada", com a "tortura científica".
Antes de Dilma discursar, o presidente da Conib, Claudio Lottenberg, comparou as torturas sofridas por judeus durante a Segunda Guerra com aquelas que a presidente foi submetida na ditadura brasileira. "A senhora, presidente Dilma Rousseff, sabe melhor que todos o que significa ser torturada, [...] o que este tipo de agressão pode significar para alguém, por mais que sobreviva."
Antes do evento, Lottenberg comentou o que chamou de mudança na política brasileira em relação ao Irã. Apesar de dizer que os ataques a Israel são do presidente do Irã, não dos iranianos, ele se disse "feliz em saber que a presidente [Dilma] tem posição diferente daquela que o presidente Lula manifestou no passado".
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