Toda briga entre polícias, interessa mais de perto o criminoso, pois revela conflitos e desentendimentos entre as duas organizações que devem exercer a atividade de segurança pública em benéficio da comunidade.
Mas diferentemente do sindicato da Polícia Civil, a Polícia Militar e suas entidades se preocupam em se debruçar sobre projetos e ações capazes de melhorar sua infra-estrutura e a qualidade de seus serviços.
O documento publicado pelo Sindipol denominado "cartilha para os policiais civis", longe de ser uma minuta de um projeto para melhorar sua estrutura, ou uma agenda com tópicos propositivos, se resume em uma declaração de desconhecimento e ignorância sobre a estrutura da Polícia Militar, a começar pela história de cada conquista que foi levianamente ignorada.
O que somente confirma uma disputa encenada e estrategicamente potencializada, para que o governo simplesmente, por pressão ou para fazer meia culpa das acusações, fosse ceder aos caprichos de dirigentes, que desde sempre subvertem a máquina representativa de seus filiados, para dar azo a projetos políticos pessoais ou de núcleos de poder que se instalaram no seio da entidade, mas que vislumbraram ser mais lucrativo agir em causa própria, sob o argumento de que a classe precisa de representação política, do que de lutar e reivindicar melhorias e valorização de sua atividade profissional.
Desconhecem por conveniência, que antes da Polícia Civil, foram homens valorosos da Polícia Militar, que desbravaram os sertões, sacrificando a si e sua família, e dado ao momento histórico, faziam papel até de delegado, vez que ainda era incipiente a organização da Polícia Judiciária.
Mas como não há propostas concretas para que do dicurso inflamado de dirigentes se passe a prática, vez que em outras várias ocasiões pegaram carona nas mobilizações e movimentos reivindicatórios, como o do ano de 1997, em que pela primeira vez na história de Minas Gerais, trabalhou-se na construção de uma política salarial que tivesse em sua constituição, um tratamento isonômico entre policiais militares e civis, o que equiparou o salário de ambas corporações da base até ao cargo máximo de dirigente em percentuais lineares bastante atrativos naquela época.
De fato, os interesses inconfessáveis fomentam ações que às vezes carregam o titúlo de defesa da classe e da organização, mas o pano de fundo é uma aliança entre um sindicato que representa a base dos policiais civis e outro que representa os delegados.
E para confirmar o que declaramos, basta retroceder no tempo, e buscar a origem de tudo, que teve início com a aprovação de um emenda para que os delegados fossem reintroduzidos na constituição estadual, no capitúlo da carreira jurídica, que contou com a mobilização e apoio incondicional do sindipol, e agora como não houve nenhuma contrapartida para sua base, apresenta um documento confuso, sem nenhum parâmetro técnico-cientifico, que apresenta uma série de distorções que são resultado do modelo de polícia adotado pelo Estado, para diríamos explicar o inexplicável.
É indiscutivel que precisamos rediscutir e repensar o modelo dicotômico de polícia que temos no Brasil, incluindo-se tanto a polícia ostensiva preventiva como investigativa, mas julgar a culpa em outra organização pela involução, pelo corporativismo deléterio, pelo sentimento de incompetência é mais uma vez lançar mais joío no trigo que queremos separar, o que representa um retrocesso sem limites na luta pela valorização da profissão e da atividade policial, como elementos indissóciaveis, afinal prevenir e reprimir são ações tipicas de polícia.
A culpa pelo retrocesso que impede o desenvolvimento da polícia civil é única e exclusiva de seus dirigentes, incluindo-se suas entidades representativas, que durante muito tempo lutou e resistiu as mudanças naturais para seu progresso, e são as amarras do poder que atrasam e dificultam deliberadamente os avanços, próprios de uma organização que protege seus interesses, prerrogativas, privilégios e relações de poder, muitas vezes sacrificando o interesses público que gravita nas mudanças.
A culpa pelo retrocesso que impede o desenvolvimento da polícia civil é única e exclusiva de seus dirigentes, incluindo-se suas entidades representativas, que durante muito tempo lutou e resistiu as mudanças naturais para seu progresso, e são as amarras do poder que atrasam e dificultam deliberadamente os avanços, próprios de uma organização que protege seus interesses, prerrogativas, privilégios e relações de poder, muitas vezes sacrificando o interesses público que gravita nas mudanças.
Somente compreendendo e discutindo criticamente o modelo policial brasileiro é que conseguiremos avançar na luta pela valorização do policial militar e civil, e para alcançarmos respeito e reconhecimento, pois mais que alimentar dissenções, disputas, rivalidades e notoriedade, ou o quanto uma é mais ou menos importante que outra, as carreira são tipícas de estado, e não podemos colocar em conflito dois profissionais que se matam para prover a segurança pública de qualidade, com os meios e recursos disponibilizados, e neste caso é mais inteligente e politicamente correto reivindicar do governo, e não sair por aí dando tiro para todo lado e ofendendo os que lutam para melhorar sua instituição.
Sejam mais competentes e apresentem propostas, mas da próxima vez, ao darem apoio a uma reivindicação de delegados, não se esqueçam de combinar com seus representados ou de pelo menos consultá-los, pois a carreira única já é um tema exaustivamente defendido pela Polícia Federal, e esta tese partiu de sindicatos representativos da base da categoria.
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