Cinco grandes traições da história
Redação Super
Por Guilherme Dearo
COLABORAÇÃO PARA A SUPERINTERESSANTE
A história e a literatura estão cheias de exemplos de grandes amizades: Sherlock Holmes e Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, John Lennon e Paul McCartney… Mas nem sempre a lealdade prevalece e alguns casos tiveram um desfecho trágico. Conheça cinco grandes traições que marcaram relações aparentemente inabaláveis.
5º – Otelo e Iago
1603
Desdêmona, esposa de Otelo, perdeu a vida por causa da traição de Iago (Desdemona, de Frederic Leighton)
O poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare sempre explorou a traição em suas peças: Rei Lear, Hamlet, Mac Beth… Mas foi a falsa amizade de Iago na peça “Otelo, o Mouro de Veneza” que se tornou a mais famosa de todas. Na história, Iago, alferes do general Otelo, se sente injustiçado quando seu comandante nomeia outro para o posto de tenente. Decide então se vingar, fazendo Otelo pensar que sua mulher, Desdêmona, o traiu. A trama funciona e, consumido pelo ciúme, o general acaba matando-a asfixiada. Quando descobre que tudo não passou de uma mentira de seu alferes, suicida-se.
4º – Tiradentes e Silvério
Minas Gerais, 1789
Quando ainda era uma colônia de Portugal, o Brasil protagonizou uma das grandes apunhaladas nas costas da história. Na capitania de Minas Gerais, região de grande importância na época pela extração de ouro, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, organizou um levante de objetivos separatistas após a Coroa Portuguesa aplicar taxas abusivas. Quando tudo parecia encaminhado, um de seus companheiros, Joaquim Silvério dos Reis, delatou aos portugueses o movimento. Silvério ganhou posses e nomeações. Já Tiradentes acabou enforcado e esquartejado. A independência do Brasil só viria décadas depois, em 1822.
3º – URSS e Alemanha
1941
Os ex-aliados Stalin e Hitler
Poucas traições foram tão grandiosas a ponto de envolver duas nações. União Soviética e Alemanha assinaram em 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o Pacto Molotov-Ribbentrop, ou simplesmente Tratado de não-agressão germano-soviético. O pacto estabelecia que a Alemanha nazista de Hitler e a URSS de Stálin não iriam interferir uma na outra em termos bélicos. A ideia era que a Alemanha atacasse e anexasse a Polônia sem intervenções soviéticas, enquanto apoiaria uma invasão soviética à Finlândia. Ambos os ataques se concretizaram em 1939. Tudo parecia perfeito na amizade entre os dois regimes, até que, em 1941, sem grandes explicações, Hitler atacou os russos na Operação Barbarossa. A URSS, após tamanha traição, entrou de vez na guerra ao lado dos Aliados. O resto é história.
2º – César e Brutus
Roma, 44 a.C
Marcus Junius Brutus, membro da aristocracia romana, lutou contra César ao apoiar Pompeu Magno nas guerras civis romanas, mas foi posteriormente perdoado e nomeado pretor, como favorecido de Júlio César. Contudo, a lealdade do general romano não durou muito tempo: ele conspirou com Cassius, outro general, para a morte do imperador. Numa reunião do Senado, César foi apunhalado, caindo aos pés da estátua de Pompeu. Suas últimas palavras teriam sido “Tu também, meu filho?”, se referindo a Brutus. A versão mais conhecida veio da peça de Shakespeare: “Até tu, Brutus?”.
1º – Jesus e Judas
Jerusálem, 33 d.C
O beijo de Judas Iscariotes em Jesus Cristo, pintura anônima do século 12 (Galeria dos Ofícios, Florença, Itália)
A maior traição da história está relatada na Bíblia: Judas Iscariotes, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, é o traidor mais famoso de todos os tempos. Tanto que seu nome virou sinônimo de traidor. Por 30 moedas de prata ele entregou Jesus aos romanos. Depois da última ceia, Judas o beijou no rosto, o sinal que havia combinado com os soldados romanos. O fim da história todos conhecem: Jesus foi crucificado. Judas teria se arrependido e acabou se suicidando. A ironia é que a maior traição de todas talvez tenha sido, na verdade, a maior prova de amizade: ao trair Jesus, Judas teria sido o único apóstolo a ajudá-lo a cumprir com seu destino.
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