De cada dez ex-detentos encaminhados para uma vaga de emprego no Estado,
apenas dois conseguem garantir um posto de trabalho. Neste ano, a
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) selecionou 181 pessoas e as
encaminhou a empresas, porém, apenas 34 foram contratadas – 18,6% do
total.
O preconceito e a falta de qualificação são os principais motivos
apontados por especialistas pelo baixo índice de recolocação de
ex-presidiários. “Os empresários têm medo de algum tipo de violência ou
até mesmo de um furto no local de trabalho”, disse o advogado Enir
Lemos, especialista na área criminal.
Uma lei estadual que começa a vigorar neste mês promete romper as
barreiras do preconceito. A cada três meses, a empresa que contratar um
ex-detento vai receber seis salários mínimos.
Até o mês passado, para cada vaga de emprego preenchida por alguém que
acabou de deixar a prisão, o Estado pagava dois salários mínimos por
trimestre. Mas, para receber esse benefício, a empresa precisa contratar
apenas quem é encaminhado pelo Programa de Inclusão Social de Egressos
do Sistema Prisional (Presp), da Seds.
“Atualmente, são duas empresas remuneradas pela contratação de cinco ex-detentos. Nossa intenção é conseguir, até o fim do ano, emprego para 60 pessoas, de acordo com a nova lei”, afirma a coordenadora do programa, Daniela Tiffany Prado de Carvalho.
“Atualmente, são duas empresas remuneradas pela contratação de cinco ex-detentos. Nossa intenção é conseguir, até o fim do ano, emprego para 60 pessoas, de acordo com a nova lei”, afirma a coordenadora do programa, Daniela Tiffany Prado de Carvalho.
A empresa interessada em receber o benefício em troca das vagas de
emprego para ex-detentos precisa procurar um dos 11 Centros de Prevenção
à Criminalidade, onde é realizado um cadastro. “É feito um
acompanhamento no local de trabalho para uma avaliação se a pessoa
indicada tem perfil para aquela função, além de uma verificação sobre as
condições de trabalho oferecidas pela empresa”, explica Daniela
Tiffany.
Instituto Minas Paz
As empresas que contratam ex-detentos fazem parte do Instituto Minas
Paz, criado em 2008 pela Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Fiemg), como contribuição do setor nas ações de combate à
violência.
“Com a conscientização dos empresários, os índices de egressos que
conseguem emprego vem aumentando”, constata Daniela Tiffany. Dos 350
encaminhados em 2011, 78 (22%) conseguiram emprego. No ano passado, esse
índice subiu para 28%. Foram 175 contratações de 623 selecionados para
as vagas de emprego.
Ampliação
Ainda neste ano, Centros de Prevenção à Criminalidade serão instalados
em Araguari, no Alto Paranaíba, e em Vespasiano, na Região Metropolitana
de Belo Horizonte. Com isso, as empresas dessas cidades poderão
contratar ex-detentos com o pagamento de subvenções.
Os centros funcionam em Belo Horizonte, Santa Luzia, Contagem, Ribeirão
das Neves, Uberaba, Uberlândia, Montes Claros, Juiz de Fora, Governador
Valadares e Ipatinga.
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