Ricardo Bastos/Hoje em Dia
Os museus nas mãos do futuro: tecnologia e interatividade
Desde 1957 o MAP vem formando um acervo que hoje conta com mais de mil obras


Há séculos os museus cumprem seu papel indelével: preservar para o futuro o que não pode desaparecer. Mas, hoje, esses espaços enfrentam bem mais que o desafio de preservar a história. Afinal, ela precisa, acima de tudo, ser vista para ser lembrada – e conquistar um novo público é tarefa cada vez mais desafiadora.

Sabe-se que o futuro dos museus, no Brasil e no mundo, está diretamente relacionado a iniciativas capazes de atrair o filão que passa longe desses espaços: o público com idade entre 18 e 30 anos.

O superintendente de Museus e Artes Visuais do Estado, Leo Bahia, afirma que, em Minas, os primeiros passos para driblar esse distanciamento já foram dados. Inspirado em uma ação do Victoria and Albert Museum, em Londres, o Museu Mineiro promoverá no segundo semestre uma noite de festa com projeções de videoarte e até apresentações de DJs.

Arriscado demais? “Talvez, mas a ousadia encanta as pessoas e somos todos atraídos pela curiosidade”, diz Bahia que ainda projeta para este ano a inauguração de dois novos espaços no estado: o Museu da Gruta de Maquiné (em junho) e o Militar (em dezembro). Sinal de que, apesar dos percalços, vale investir na implantação desses equipamentos.

“É que o Museu tem também uma missão transformadora. Seja em Salinas (onde está o Museu da Cachaça) ou em Cordisburgo (Museu Guimarães Rosa). As comunidades já sentem o impacto desses espaços. Lá, a cultura faz diferença”, observa.

Ainda assim, é cedo para hastear a bandeira. Dos mais de 55 mil museus do mundo, apenas 1% recebe os tais “milhões de visitantes” que geram milhões de dólares.

Então, como os demais 99%, os chamados “museus tradicionais”, vão garantir sua sobrevivência?

O organizador do livro “Reprograme: comunicação, marca e cultura numa nova era de museus” (Ímã Editorial, 220 páginas, R$ 29,90), Luis Marcelo Mendes, diz que a grande transformação do futuro dos museus cabe a uma mudança radical de postura.

“Se uma instituição não consegue estabelecer diálogos, não terá relevância na vida das pessoas e não tem porque estar aberta: servirá apenas à sua própria burocracia”.


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