Folhapress / Jornal Hoje em Dia
Os policiais acusados de participação no massacre de Carandiru terão parte de suas despesas com advogados paga pela Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A entidade vai disponibilizar R$ 300 mil para o pagamentos dos honorários.
"O que ganhamos mal dá para comer, ainda temos que pagar advogados, não dá", disse o cabo Wilson Morais, presidente da associação. Segundo ele quem pagou os advogados até agora foram os próprios réus, em cotas que variam de R$ 500 a R$ 1 mil, dependendo da patente do acusado. A verba foi aprovada de forma unanime em assembleia da entidade e será entregue em três cheques de R$ 100 mil cada.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que o caso é de responsabilidade da Procuradoria Geral do Estado. Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria disse que só se manifesta em casos que já estão na justiça. Também afirmou que não poderia defender os policiais pois ela representa apenas o Estado dentro do poder judiciário, sendo proibida por lei de representar funcionários públicos ou outras pessoas físicas.
Julgamento
No dia 2 de outubro de 1992 os policiais foram chamados para conter uma rebelião no presídio do Carandiru, na zona norte de São Paulo. Depois da invasão do local, 111 presos foram mortos.
O julgamento dos policiais começou em abril deste ano e é dividido em quatro partes, cada uma relativa a um dos andares do presídio. As duas primeiras etapas já aconteceram. Até agora 48 policiais já foram condenados pelos homicídios, mas eles podem recorrer em liberdade.
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