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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

GPS revela trajeto de carro da PM onde estava Amarildo

Jornal Nacional teve acesso com exclusividade às informações.
Nesta quarta-feira completou 1 mês do desaparecimento do pedreiro.

O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, na Zona Sul do Rio, completou, nesta quarta-feira (14), um mês, depois de ter sido levado para averiguação por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade. Há duas semanas, a Polícia Civil informou que o GPS do carro que conduziu Amarildo de Souza estava quebrado. O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao trajeto que o carro que levava Amarildo fez no dia 14 de julho. O GPS, de fato, estava quebrado, mas o Jornal Nacional descobriu, nesta quarta-feira, que havia outro GPS ligado ao rádio do carro.

Imagens de câmeras de segurança mostram a última vez em que Amarildo foi visto. Passava das 19h da noite de domingo (14), quando ele deixou um dos postos da UPP da Rocinha, na parte baixa da comunidade.
Segundo PMs que trabalham no local, foi a viatura [que aparece nas imagens] que levou o ajudante de pedreiro do posto até a sede da UPP, no alto da Rocinha, para uma averiguação. Ainda de acordo com policiais militares, ele foi liberado logo em seguida.
Não há imagens da chegada de Amarildo à unidade. As duas câmeras de segurança – que monitoram a entrada e a saída – não estavam funcionando.
No dia 1º de agosto, a Polícia Civil divulgou a informação de que o aparelho de GPS – que registra o deslocamento do veículo – estava inoperante. No mesmo dia, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse que os defeitos nos equipamentos seriam investigados.
“É, isso aí sem dúvida nenhuma pode trazer esse prejuízo, agora isso também, tenho certeza que está indo para dentro da investigação, efetivamente ver a motivação disso. Se foi sem dúvida uma falha técnica, se há um laudo que diga que esses defeitos aconteceram não em decorrência do evento e sim por outra motivação. Todas essas coisas estão sendo carregadas pra dentro dessa investigação. E dizer à sociedade, mais uma vez, que punir não é problema para nós. Vamos punir, se forem policiais, não tenham dúvida disso. E se forem outras pessoas serão entregues à Justiça para que também paguem e cumpram pela prática do que eles fizeram”, disse Beltrame, na época.
No entanto, o Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, a dados de GPS entregues a responsáveis pelo inquérito. De acordo com investigadores, são informações do carro da polícia onde estava Amarildo. Os dados mostram o trajeto feito pelo veículo.
GPS mostra trajeto de carro da PM que levou Amarildo (Foto: Reprodução / TV Globo)
GPS registra horários e rota do carro da PM (Foto:
Reprodução / TV Globo)
Às 19h22, o carro sai do posto da UPP com o ajudante de pedreiro e, em menos de três minutos, chega à sede da unidade. Cinco minutos depois, o carro deixa o local e retorna para o posto, onde fica por um minuto até voltar, novamente, à sede da UPP. A viatura permanece no local por mais cinco minutos e começa a descer o morro às 19h37.
No meio do caminho, o carro faz uma parada de quatro minutos numa área movimentada da Rocinha, conhecida como curva do “S”. Em seguida, deixa a favela, passa pela Zona Sul e vai em direção à Zona Portuária da cidade. O carro circula durante 47 minutos e, às 20h37, retorna para a Zona Sul. Na Lagoa, dá meia volta e segue para o Centro do Rio. Uma hora e doze minutos depois de ter deixado a Rocinha, o carro para pela primeira vez: no Batalhão de Choque (BPChq) por sete minutos.
Ao sair do batalhão, o carro volta para a Zona Sul pelo Túnel Rebouças, mas pega o retorno e vai para a Zona Norte. O veículo permanece por dois minutos nas proximidades do Hospital Central da Polícia Militar e do Morro de São Carlos, uma comunidade pacificada, no Centro. Depois, retorna para a Zona Sul. Destino: o 23º BPM (Leblon). A viatura fica parada por seis minutos e segue para a Rocinha.
Os registros do GPS – entregues a investigadores – terminam à meia noite do dia 15 de julho, pouco mais de 24 horas após o sumiço de Amarildo. Os dados revelam que, neste período, o carro não deixou mais a favela.
Soldado omitiu fatos em depoimento
O Jornal Nacional teve acesso também ao depoimento do policial que dirigia o carro na noite do dia 14 de julho. O soldado Sidnei Félix Cuba omite informações, mas sem entrar em contradição. Ele confirma que, com outros três policiais, levou um homem à sede da UPP da Rocinha, na parte alta da comunidade.

Mas, ao contrário do que mostra o GPS, não lembra de ter voltado, minutos depois, à sede da unidade.
O PM também afirmou que o carro não foi emprestado a outro policial e que permaneceu até as 20h na favela, quando foi abastecer o veículo no Batalhão de Choque, no Centro. Só que o soldado não deu detalhes do trajeto e omitiu ter passado pela Zona Portuária do Rio, pelo Hospital da Polícia Militar e pelo Batalhão da PM, no bairro do Leblon. Também não disse a que horas voltou para a Rocinha.
Outro detalhe que chama a atenção: o GPS informa que o carro ficou sete minutos no Batalhão de Choque e que, depois, a viatura levou uma hora e oito minutos para seguir de lá até a Rocinha. No depoimento, o policial não explica o porquê. Era um domingo, quando não costuma haver trânsito.
Investigadores vão pedir que peritos analisem as informações coletadas pelo aparelho de GPS. Segundo a Polícia Civil, dos 22 carros da UPP da Rocinha, quatro não têm o equipamento.   A Divisão de Homicídios, que investiga o caso há 12 dias, trabalha com duas hipóteses para o crime: Amarildo pode ter sido morto por policiais militares ou por traficantes.
Dados estão no inquérito, diz secretaria
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, informou que não podia gravar entrevista e se  manifestou em nota, que foi enviada pela assessora de imprensa Ana Miguez. Ela confirmou que estava quebrado o GPS instalado no carro que levou Amarildo até a sede da UPP da Rocinha.

Pela primeira vez, no entanto, a secretaria menciona a existência de outros dois aparelhos capazes de enviar sinais de localização: um fica no rádio do veículo; o outro em um rádio portátil utilizado pelos policiais. A nota informa ainda que todos os dados do GPS foram anexados ao inquérito da Divisão de Homicídios.
Do G1 Rio

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