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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

‘Contaminação pode se estender por muitos anos’, afirma relatório

FOTO: Paula Magali


O MAR de lama poluiu, além do rio Doce, os rios do Carmo e Gualaxo do Sul, na região de Mariana


GOVERNADOR VALADARES -
A contaminação do rio Doce pode se estender por muitos anos, depois do acidente na Barragem de Fundão, em Mariana. Essa conclusão faz parte de um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica. A água do rio foi coletada em 18 pontos e, em somente dois o índice de qualidade foi considerado regular. Em todos os outros a avaliação não foi boa, como foi divulgado pela Rádio Jovem Pan.

Entre os metais pesados encontrados acima dos níveis permitidos estão magnésio, chumbo, cobre, alumínio, ferro e manganês. Os níveis de turbidez da água ficaram entre 5.150 e 1.220 UTNs, a unidade de valor usada para fazer a medição, sendo que o máximo aceitável é de 40 UTNs.

“Cada vez que chove, ao contrário do que foi dito, divulgado por algumas autoridades, não vai haver uma diluição, uma dispersão desses minérios. Eles não estão segmentando, e quanto mais chuva, mais lama é depositada”, disse a coordenadora da rede de águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro. Ela acrescenta que em todo o percurso de 650 km do rio Doce há contaminação — desde o local do acidente até o litoral capixaba. 

Ainda segundo a rádio Jovem Pan, o presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, Leonardo Deptulski, afirma que não há como saber o tempo que a lama vai ficar suspensa: “Tem uma característica que uma parte dessas partículas são muito pequenas, não decantam, ficam suspensas na água. Então dá a impressão de que a água continua com o mesmo grau de quantidade de partículas, de turbidez.”

O governo negocia um acordo com a Samarco para revitalizar o rio Doce, com 19 medidas socioeconômicas e 19 socioambientais. Em Minas Gerais, o mar de lama poluiu, além do rio Doce, os rios do Carmo e Gualaxo do Sul, na região de Mariana. Para a recuperação da bacia, também está em discussão a criação de um fundo de R$ 20 bilhões.

Segundo a mineradora Samarco, a empresa protocolou no Ibama o Plano de Recuperação Ambiental, contemplando as áreas atingidas pelo acidente com a Barragem de Fundão, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.


Fonte: http://drd.com.br/

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