O Brasil teve, entre 2002 e 2010, uma queda no número de assassinatos de brancos e um crescimento no número de homicídios de negros. Esse processo aprofundou a maneira desigual com que esse tipo de crime atinge pessoas de cor de pele diferentes.
As conclusões constam do "Mapa da Violência - A Cor dos Homicídios", que não se detêm em explicar as razões do fenômeno. Apresentada hoje pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), da Presidência da República, a publicação vem na esteira do lançamento de um programa federal para minorar a violência contra jovens negros.
O "Mapa" mostra que a diferença entre a proporção do número de homicídios cometidos contra negros e brancos aumentou sem parar durante o período analisado --passou de 42,9% em 2002 para 149% em 2010.
No primeiro ano analisado, 45,9 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, das quais 41% eram brancas e 58,6% negras. Em 2010, o número total de assassinados teve leve aumento (passou para 49,2 mil), mas a discrepância de ordem racial deu um salto: 28,5% dos mortos eram brancos e 71,1% eram negros.
Com esses dados, o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, concluiu que, para cada uma vítima branca de homicídio, mais de dois negros são assassinados.
Sob o ponto de vista geográfico, o crescimento da violência contra negros se concentra nas regiões Norte e Nordeste (125,5% e 96,7%, respectivamente). As cinco capitais com o maior índice de desigualdade são João Pessoa (PB), Maceió (AL) , Vitória (ES), Recife (PE) e Salvador (BA).
Da Folha de S. Paulo
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