BAIRRO JARDIM AMÉRICA
Entre os crimes que o PM deve responder estão lesão corporal grave e leve, além de dano ao patrimônio particular
PUBLICADO EM 24/09/15 - 17h46
A Polícia Civil indiciou um capitão da Polícia Militar por agredir um policial federal e duas mulheres, que são a mulher e irmã da vítima. Entre os crimes que o PM deve responder estão lesão corporal grave e leve, além de dano ao patrimônio particular.
Segundo o delegado Gustavo Xavier, foi constatado que o policial federal e sua família foram vítimas do capitão, devido uma briga causada pelo lixo do condomínio onde eles moram, no bairro Jardim América, na região Oeste de Belo Horizonte.
Marcos Lima, a mulher Viviane Martins e a irmã Alcione Lima foram golpeados pelo militar com socos na cabeça e no peito. A briga aconteceu no dia 9 de agosto. O PM chegou a ser detido, mas foi liberado após prestar depoimento.
“Todos os laudos deram positivo para lesão corporal. Foram constatadas lesões de natureza grave por perda parcial da audição, no caso do policial federal. E com relação às duas mulheres, lesões de natureza leve”, afirma o delegado.
Xavier completa que o capitão também teve laudo positivo. “Mas não indiciamos ninguém, porque esses arranhões poderiam ter sido causados pelas duas mulheres e isso seria por legítima defesa de terceiros ou pelos militares que apartaram a briga no momento, o que não teria dolo algum, pois estavam separando os dois”, explica.
No momento da briga, o policial federal gravava um vídeo da entrada do apartamento do policial militar para mostrar o lixo jogado na escada e as paredes sujas com óleo de cozinha. Dias antes, a mulher do policial, Viviane Martins, que também é síndica do prédio, havia feito várias advertências ao capitão, devido ao desleixo com o lixo.
Veja o vídeo:
“Ele jogou óleo e ovos no prédio todo. Na manhã do domingo, dia dos pais, nós vimos o que ele tinha feito e chamamos a polícia”, contou Marcos. Enquanto gravava as imagens da sujeira no prédio, o militar abriu a porta e começou a agredir o policial federal. Os militares, que já estavam no local, afastaram o capitão. “Na porta da minha casa ele jogou ovo. E jogou lixo em todo o prédio. Ele quis ameaçar mesmo”, conta Viviane Martins.
Alcione Lima, que também é ex-cunhada do militar, relata o histórico de violência. “Ele é uma pessoa extremamente violenta. Nada o intimida”, conta. Para Viviane, o que ajudou para o indiciamento do capitão foi o vídeo gravado pelo marido. “A nossa sorte é que estava sendo filmado. Ele me agrediu. Me deu três socos, dois na cabeça e outro no peito. Ele não se intimidou pelo fato de três militares estarem no local no mesmo momento.”, relatou a advogada.
Apesar de ainda morarem todos no mesmo prédio, o policial federal e sua família afirma que prevalece o sentimento de insegurança. “Eu sou policial há 23 anos e estou assustado com essa situação, imagina meu filho de 13 anos. Todo mundo morrendo de medo dele. E ele ainda utiliza da Polícia Militar para coagir” afirma Marcos.
O policial federal passará por uma nova perícia médica em seis meses para averiguar se a lesão na audição é permanente. “Caso isso aconteça, o crime passará de lesão grave para lesão gravíssima, o que pode aumentar a punição”, afirma o delegado Gustavo Xavier.
Uma ação cível pública também foi encaminhada contra o militar devido às várias advertências sobre o desleixo com o lixo no prédio. O documento foi organizado pelos moradores do condomínio Cristal, no bairro Jardim América. Ao todo, seis famílias moram no local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada