Em São Paulo, 70% dos policiais civis e militares mortos nos últimos dez anos estavam prestando serviços paralelos às corporações.
Glaucia Paiva
FOTO: GLAUCIA PAIVA
PM's recorrem cada vez mais às atividades paralelas à polícia
Não é incomum ver policiais militares realizando atividades remuneratórias extra-polícia. São diversas as atividades que vão desde a criação de estabelecimentos comerciais a profissionais autônomos e, o principal deles, a segurança em estabelecimentos e a pessoas, que os policiais se dedicam como forma de garantir um padrão de vida digno à sua família.
No entanto, também são várias as ocorrências em que um policial é alvejado e até morto nesses empregos extras, mais conhecidos como "bicos". Geralmente são rendas extras que variam de R$ 80 a R$ 150 por 12 horas de serviço, com a "vantagem" de receber na hora ou mensalmente, dependendo do acordo feito com o empresário. São trabalhos que os policiais se recorrem com o objetivo de aumentar a renda familiar, proporcionando um maior conforto aos seus familiares.
Recentemente vimos policiais sendo assaltados, mortos e feridos quando em serviço no chamado "bico". Há aqueles que sobrevivem e que até conseguem a promoção por bravura, por reagir e prender os bandidos que efetuariam uma ação criminosa contra o estabelecimento ao qual o PM prestava serviço. Há outros, entretanto, que tem suas vidas cerceadas ali mesmo, sem ao menos ter a possibilidade de reação ou, de até mesmo, se despedir de seus familiares e amigos, que deixam a vida como Heróis por ter servido à sociedade arriscando e até perdendo a própria vida.
O "bico", infelizmente, já é uma realidade na vida de muitos policiais e em vários estados da Federação. No Estado de São Paulo, por exemplo, quase 70% dos policiais militares e civis mortos naquele estado, nos últimos dez anos, foram assassinados quando estavam prestando serviços paralelos às corporações. São vários os casos também no RN em que o policial sofreu disparos ou foi morto nesses serviços paralelos.
Mas muitos se indagam se vale a pena o valor recebido pelo serviço extra-oficial e o risco assumido na segurança de um comércio ou estabelecimento. Talvez a pergunta vá mais além de quanto valeria o "bico" de um policial, mas sim "a custa de que vale o 'bico' do policial?".
Fonte: http://portalbo.com/
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