Opção seria aproximar-se da sociedade civil e já pensa na OAB, CNBB e ABI
A oposição perdeu espaço no Senado que era o seu grande reduto no Congresso e viverá agora nova realidade. Reduzida a 20 senadores na próxima legislatura, a opção vai ser a de mudar a estratégia de ação. E o senador Álvaro Dias já antecipa uma delas: aproximar-se mais da sociedade civil organizada. E explica a opção:“A oposição vai ter que exercitar isso com organização e competência, buscando apoio fora do Congresso para alargar suas possibilidades de função fiscalizadora”, diz o senador tucano. E logo explica: “ E um dos caminhos será entrosar-se e obter apoio de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Associação Brasileira de Imprensa. Isto acontecerá segundo o senador tucano em momentos delicados para o governo, como as discussões sobre o aborto ou sobre a regulamentação dos meios de comunicação social eletrônicos.”
Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) discursa durante sessão plenária/Foto: Geraldo Magela - Agência Senado
E observa ainda que a oposição poderá também incorporar os dissidentes da base aliada, tornando-se maior em determinados momentos. “Vamos precisar trabalhar as dissidências dentro do governo. De um lado, é positivo para o governo ter uma base aliada ampla, porque é confortável ter maioria. Mas, de outro, é preciso muita articulação política para atender a todos os interesses de uma base tão ampla...”
Para o líder do Democratas, senador José Agripino Maia, o número de senadores não é tão relevante se forem feitas boas propostas, segundo revelou à agência Senado. Para ele o papel da oposição é que tem que estar bem definido: “Nós valemos pelos argumentos que vamos usar. A oposição existe, independentemente de ser pequena, média ou grande, para fiscalizar, para denunciar”, diz ele.
Agenda
Lula fez questão de montar uma agenda movimentada para o tempo que lhe resta de governo. Assim comparecerá ao balanço dos últimos quatro anos do PAC. No próximo dia 15, no Palácio do Planalto, o presidente e ministros participam do ato de registro em cartório de tudo o que foi feito nos oito anos. Lula também tem despedida marcada com os integrantes da base aliada em duas ocasiões: em jantar com peemedebistas na casa do deputado Eunício Oliveira para as bancadas do PMDB na Câmara e no Senado. E após, num café da manhã para integrantes do PT.
Dilma e Cristina
O presidente Lula acredita que a presidente eleita, Dilma Rousseff, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, farão uma parceria melhor do que a dele com o ex-presidente Néstor Kirchner, que governou a Argentina de 2003 a 2007 e faleceu em outubro deste ano.
"A Argentina e o Brasil contigo, Cristina, e com Dilma vão ser uma associação melhor do que comigo e Kirchner", segundo Lula. E sua manifestação ocorreu na sessão em homenagem a Néstor Kirchner, durante a 20ª Cúpula Ibero-Americana, realizada em Mar del Plata, na Argentina.
Lula elogiou Kirchner e disse que "assim como existe uma Argentina antes e depois de Perón, existe uma Argentina antes e depois de Kirchner".
E foi adiante: "Da mesma maneira que eu me dedico a recuperar a auto-estima do povo brasileiro, a fazer com que o povo brasileiro ame o Brasil, Kirchner conseguiu fazer isso na Argentina. Era Maradona no futebol e Kirchner na política", disse Lula.
Simon e novo governo
senador Pedro Simon será positivo o fato de o presidente Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, trabalharem juntos na definição da futura equipe ministerial, assim como no aproveitamento de nomes do grupo atual. Da tribuna, ao comentar que esse fato vem dando margem a diversas interpretações, Simon disse que o diálogo entre eles favorece a transição de governo que poderá ser a mais tranquila da história do país.
No seu entender, Dilma poderá ainda se diferenciar de Lula e também de Fernando Henrique pela forma de agir diante de eventuais desvios de conduta dos integrantes da equipe de governo, sem tolerância. A propósito, Simon lembrou que a própria Dilma, no discurso da vitória, admitiu que as indicações seriam políticas, mas ressalvou que os escolhidos teriam "capacidade técnica e vida irreparável".
Carlos Fehlberg
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