A presença da reportagem levou seguranças a tirar o cadeado da porta de emergência
Basta uma volta rápida por Belo Horizonte para constatar indícios de irregularidades em boates e encontrar frequentadores de casas de shows alheios aos riscos de tragédias como a que ocorreu ontem em Santa Maria (RS).
No início da noite de domingo (27), o Hoje em Dia percorreu o bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em uma boate localizada na esquina das ruas Goitacazes e Ouro Preto, a música tocada por uma banda podia ser ouvida do lado de fora.
Na calçada, a fila de jovens em busca de diversão, entre eles muitos aparentemente menores de idade, era grande. O acesso era feito pela portaria principal. Mesmo com a festa já iniciada na boate, a saída de emergência estava fechada com grade e cadeado. Quando perceberam a presença da reportagem, os seguranças abriram a porta e se posicionaram na frente dela.
“Dentro da boate há sinalização da saída de emergência, mas não me lembro de já ter visto essa passagem aberta. Muitos seguranças circulam lá dentro, mas sinto falta de extintores de incêndio”, disse o estudante Higor Wesley Fonseca dos Santos, 17 anos.
Mesmo assim, ele afirma que se sente seguro dentro da casa de shows. “Aqui não tem espetáculo pirotécnico e não tem porque pegar fogo”, argumentou.
Frequentadores de várias boates da capital, o casal de namorados Moisés Fernandes, de 21, e Ítyla Monique, de 18, esteve ontem em uma casa noturna que funciona na rua Guajajaras.
Segundo eles, o estabelecimento tem apenas uma porta de acesso. “A gente sempre fica perto dessa porta, pois, se acontecer algum tumulto, fica mais fácil escapar”, disse Ítyla.
Nos locais frequentados pelo casal também não há shows pirotécnicos. “É uma coisa que a gente sempre observa, assim como o acabamento interno das boates. Quando há muita coisa de madeira, fico preocupado”, afirma Moisés.
Segundo Ítyla, nas rodas de amigos formadas ontem na casa de shows, o assunto mais comentado foi a morte dos 233 jovens na cidade gaúcha.
“Estou acompanhando todas as notícias desde cedo. Uma prima minha estava no (extinto) Canecão Mineiro quando houve aquele incêndio (em 2001). Ela ficou ferida ao ser pisoteada”
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