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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

sábado, 26 de janeiro de 2013

PM vende segurança em São Paulo por R$ 20 mil



Sargento encarregado por setor administrativo do batalhão que patrulha Morumbi escala PMs para segurança
THAÍS NUNES thais.nunes@diariosp.com.br Estevam Scuoteguazza/ Diário
Segurança privada ilegal sendo prestada nas ruas do bairro de luxo, em São Paulo
Não é de hoje que a violência faz parte da rotina de quem vive no Morumbi, na Zona Oeste. Em um dos bairros mais nobres da cidade, um sargento da Polícia Militar é apontado como responsável por cobrar R$ 20 mil por mês para garantir a segurança  da área. O esquema ilícito acontece há quatro anos e fez com que policiais militares arrecadassem pelo menos R$ 700 mil reais dos moradores, que se renderam ao serviço ilegal após sofrerem com recorrentes ataques de criminosos.
Nos últimos anos, a  Rua Dr. José Carlos de Toledo Piza ficou conhecida como “a rua do medo”, devido à falta de iluminação e rotina de assaltos à mão armada e sequestros relâmpagos. Nem mesmo o alto índice de violência fez com que o patrulhamento na área fosse reforçado e moradores de cinco condomínios de luxo contam que se viram obrigados a contratar seguranças particulares.
O serviço privado foi oferecido pelo sargento Vagner Figueiredo, atual encarregado por toda a parte administrativa da 5ª Companhia do 16º Batalhão (responsável pelo policiamento do bairro). Segundo moradores ouvidos pelo DIÁRIO, é ele que escala os quatro policiais militares que fazem a segurança da rua 24 horas por dia, durante toda a semana. Esses homens trabalham armados, à paisana e em carros particulares. Ganham R$ 1.600 por mês.
Os condôminos assumem que a sensação de insegurança diminuiu com a contratação dos PMs, mas se dizem reféns do serviço. “Fico indignado, mas sou obrigado a pagar”, revelou o síndico de um dos prédios. “Fica aquela sensação de ser lesado. É um dinheiro que poderia ser usado em outras coisas no condomínio e muitos rebolam para pagar”, desabafa o síndico de outro prédio. Por questões de segurança, seus nomes serão preservados.
O zelador de um dos condomínios vigiados afirma que o sargento só aparece no local uma vez por mês, quando o dinheiro é pago. Em todos os prédios, o valor destinado à segurança privada está registrado em  ata, já que o rateio foi feito após decisão em assembleia. Os moradores revelaram que Figueiredo propôs estender o “patrulhamento” até o final da rua, por mais R$ 20 mil por mês. “Ninguém quer pagar. Estão muito revoltados, mas só nesse mês duas mulheres foram roubadas na esquina”, disse o zelador.
Na quinta-feira passada, Figueiredo recebeu a reportagem no batalhão onde trabalha e se apresentou como o responsável por todas as estatísticas criminais que servem como base para a Polícia Militar destinar as viaturas para o patrulhamento.  No dia, o sargento garantiu que a violência na “rua do medo” é zero.

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