O secretário de Estado de Defesa Social,
Rômulo de Carvalho Ferraz, juntamente com o comandante geral da Polícia
Militar, coronel Márcio Martins Sant’Ana, e o chefe da Polícia Civil,
delegado geral Cylton Brandão da Matta, apresentou, na tarde desta
quarta-feira (23), os índices de criminalidade de Minas Gerais do ano de
2012. Foram divulgados os números de criminalidade violenta,
criminalidade violenta contra o patrimônio e homicídios de Minas Gerais,
Belo Horizonte, Região Metropolitana (RMBH) e dos 28 municípios do
Estado com mais de 100 mil habitantes.
Durante a apresentação, o secretário
esclareceu que a nova forma de divulgação das estatísticas em 2013
ampliará possibilidades de acesso mensal aos dados de violência do
Estado, e também apresentou as principais ações para o combate da
criminalidade em todo o Estado. O secretário explicou ainda que, em
2012, as polícias mineiras e a Secretaria de Estado de Defesa Social
(Seds) focaram o trabalho, principalmente, na contenção e na redução dos
homicídios em todo o Estado. Todos os esforços empenhados trouxeram
importantes resultados: os homicídios consumados caíram em toda a Região
Metropolitana, se estabilizaram no Estado e tiveram ligeiro acréscimo
em Belo Horizonte.
Para 2013, as expectativas são de
números menores não só para os homicídios, como também para os Crimes
Violentos e Crimes Violentos contra o Patrimônio, que tiveram aumento na
comparação 2011/2012. Já estão em caixa cerca de R$ 400 milhões de
investimentos oriundos do financiamento do Estado com o Banco do Brasil,
que serão investidos em mais de 120 obras e ações de ampliação do
sistema de defesa social, como contratação de novos policiais,
tecnologia, treinamento, viaturas, entre outros. Afora os investimentos
de mais de R$ 107 milhões em ações de integração que beneficiam as três
instituições – Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros – a Polícia Civil terá investimentos de mais de R$ 104 milhões e a Polícia Militar, de quase R$ 63 milhões.
Homicídios caem na RMBH
Nas 40 cidades da Região Metropolitana
que compõem as Regiões Integradas de Segurança (Risps) 1, 2 e 3, a taxa
de homicídios caiu 2,9%, passando de 34,3 para cada grupo de 100 mil
habitantes no ano de 2011 para 33,3 no ano de 2012.Esta taxa leva em
conta o crescimento populacional. Em números absolutos de registros de
homicídios foram de 1.860 ocorrências em 2011 e 1.825 em 2012. Vale
ressaltar que, a maior quantidade de homicídios consumados em 2011 foi
registrada no segundo semestre. E, em 2012, a maior quantidade de
registros ocorreu ao longo do 1º semestre. Isso demonstra que as ações
desenvolvidas pelo Comitê Interinstitucional de Monitoramento, a partir
de maio de 2012, contiveram e reduziram os crimes no segundo semestre.
Algumas cidades da Região Metropolitana
foram destaque em 2012 na redução das taxas de homicídios. Vespasiano,
por exemplo, conseguiu reduzir em 39,7% as taxas de homicídios por 100
mil habitantes, que passou de 66 ocorrências para 39,8. Ribeirão das
Neves também diminuiu suas taxas de homicídio em 19,2%, passando de 40,7
ocorrências por grupo de 100 mil habitantes para 32,9. Já Betim,
reduziu o Índice de Homicídios Consumados em 15,6%, passando de 45,7
casos a cada 100 mil habitantes para 38,5.
Analisando as estatísticas de homicídios
na Região Metropolitana, desde 2004 – ano em que começou a ser
implantado o atual modelo de segurança pública de Minas, que inclui
políticas de integração das ações das polícias e de prevenção da
criminalidade – pode ser constatada uma redução de 42,5%, conforme
demonstra o gráfico abaixo.
Em todo o Estado, houve uma
estabilização das taxas de homicídios, que passaram de 19 registros para
cada grupo de 100 mil habitantes para 19,1 (0,8% de diferença). Esta
taxa leva em conta a evolução populacional. Já em números absolutos de
registros, foram 3.862 em 2011 contra 3.924 em 2012.
Quando se avalia a série histórica dos
homicídios em Minas, percebe-se que o Estado voltou a patamares de 2006,
quando a taxa deste tipo de crime por 100 mil habitantes também era de
19,1. Ao longo dos últimos oito anos, houve queda de 2,4% nos homicídios
consumados em Minas Gerais entre 2004 e 2012.
Já na análise específica da cidade de
Belo Horizonte, os homicídios apresentam aumento de 1,8% no comparativo
2011/2012. A Taxa de Homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes,
que leva em conta o crescimento populacional, foi de 30,9 no ano de 2011
para 31,4 no ano de 2012. Já os registros de ocorrência de homicídios
passaram de 767 para 786,ou seja, uma diferença de 19 casos.
Na avaliação dos últimos oito anos,
entretanto – ano em que ano em que começou a ser implantado o atual
modelo de segurança pública de Minas, que inclui políticas de integração
das ações das polícias e de prevenção da criminalidade – a redução dos
índices de homicídios consumados na capital chega a 31,2% (veja gráfico
abaixo).
Governo de Minas investirá R$ 400 milhões em 2013 para equipar polícias
O ano de 2013 será de investimentos
pesados no sistema de Defesa Social, com ênfase nas polícias civil e
militar. Com a contratação de novos policiais, investimentos em
tecnologia, treinamento, novas viaturas e reformas de várias delegacias
no Estado, o sistema de Defesa Social espera não só reduzir os índices
de criminalidade violenta que subiram em 2012, como também aumentar a
sensação de segurança da população e oferecer melhores condições de
trabalho às forças policiais.
Com R$ 400 milhões para investimentos, o
Sistema de Defesa Social espera trabalhar em importantes frentes ao
longo de 2013, para combater o avanço da violência. Uma destas frentes é
a diminuição da circulação das armas de fogo. “Tivemos mais de 20 mil
apreensões de armas em 2012, somente pela Polícia Militar, mas vamos
intensificar as abordagens e o combate ao porte ilegal em 2013”, destaca
o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz.
Outra prioridade elencada pelo Sistema
de Defesa Social é o aumento do aparato tecnológico e logístico que
impeça o uso de celulares por criminosos dentro das unidades prisionais
do Estado. Como adianta o secretário Rômulo, o Estado está adquirindo
equipamentos israelenses, indicados pelo Departamento Nacional
Penitenciário (Depen) como mais eficientes que o bloqueador de celular.
De acordo com o secretário, esses equipamentos estarão em funcionamento,
em Minas, ainda no primeiro semestre deste ano.
Há ainda a preocupação com investimentos
em novos Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC), com os programas
Fica Vivo e Mediação de Conflitos neste ano, e na repressão dos crimes,
com a ampliação de quadros da Polícia Militar e da Polícia Civil. Em
março, 420 novos delegados chegam às delegacias das 18 Risps, o que
eliminara o atual déficit de vagas no Estado. Para a Polícia Civil, há
ainda, quatro concursos abertos, para a contratação de 1.497 novos
policiais e funcionários administrativos: 121 médicos legistas, 95
peritos criminais, 415 analistas e 866 técnicos assistentes que, além de
suprir a necessidade de médicos e peritos, vão liberar policiais hoje
em atuação no administrativo para as ruas.
O Governo de Minas também autorizou
concurso com 3.975 mil vagas para a Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros. Serão 1.700 vagas para soldados e 1.300 para assistentes
administrativos na Polícia Militar, e 800 vagas de soldados para o Corpo
de Bombeiros. As demais vagas serão voltadas para profissionais de
saúde para o Hospital da Polícia Militar e unidades do interior do
Estado, sendo 115 cargos para Tenentes do quadro de Oficiais de Saúde e
60 de Soldado do quadro de Praças Especialistas em Saúde.
Novo índice engloba sete naturezas criminais
A partir de 2012, as estatísticas do
Índice de Crimes Violentos (ICV) levam em conta sete naturezas criminais
e não mais quatro, como era feito até no ano passado. Foram incluídas
três novas tipificações de crimes no ICV, ampliando sua mensuração de
violência e até mesmo as estatísticas. A partir de agora, o ICV é
composto pelos seguintes crimes: homicídio consumado, homicídio tentado,
estupro consumado, estupro tentado, roubo, extorsão mediante sequestro e
sequestro e cárcere privado consumado. Para efeitos de comparação, a
Seds fez uma simulação dos dados de 2011, quando o índice ainda
englobava somente 4 crimes.
Em todo o Estado, o Índice de Crimes
Violentos aumentou 7,8%, passando de 324,3 para grupos de cem mil
habitantes em 2011 para 349,4 em 2012, já levando em conta o crescimento
populacional. Em números de ocorrências, foram 66.061 em 2011, contra
71.737, em 2012. Vale ressaltar, entretanto, que desde 2004, ano em que
começou a ser implantado o atual modelo de segurança pública de Minas,
que inclui políticas de integração das ações das polícias e de prevenção
da criminalidade, os crimes violentos caíram 35,2%. (veja quadro).
Na RMBH, o aumento dos crimes violentos
foi de 5,9%, com a maior parte deste aumento, concentrada no primeiro
semestre de 2012. No segundo semestre, após o acompanhamento mensal dos
índices pelo Comitê Interinstitucional de Monitoramento, a curva do ICV
foi puxada para baixo. O Índice de Crimes Violentos (ICV) foi de 727,6
para grupos de 100 mil habitantes em 2011 para 770,8 em 2012. Essa taxa
leva em consideração o crescimento populacional. Em números absolutos,
foram 39.434 ocorrências em 2011, contra 42.224 em 2012.
Entretanto, nos últimos oito anos, o
acumulado de queda dos crimes violentos na Região Metropolitana chega a
41,1% (ver gráfico).
Em Belo Horizonte, o ICV cresceu 4,7%,
passando de 966,5 para grupos de cem mil habitantes em 2011 para 1.011,5
em 2012, já levando em conta o crescimento populacional. Em números
absolutos de ocorrência, foram 24.026 registros em 2011 contra 25.300 em
2012. Apesar do crescimento no período 2011/2012, o ICV da capital é
43,5% menor que em 2004, quando a atual política do Sistema de Defesa
Social foi iniciada (ver gráfico).
Programa Olho Vivo será estendido para 19 cidades
Dentre os R$ 400 milhões previstos para
investimentos no sistema de Defesa Social em 2013, R$ 50 milhões estão
previstos para um projeto que tem ação direta no enfrentamento aos
crimes violentos contra o Patrimônio, que são os roubos consumados e as
extorsões mediante sequestro: o videomonitoramento Olho Vivo. O projeto
será estendido para 19 cidades.
Além da inibição dos crimes, o projeto
também tem bons resultados na pronta resposta das polícias na
identificação e prisão de suspeitos. Nas áreas onde foi instalado, o
Olho Vivo reduziu de 30% a 40% da criminalidade violenta.
Em 2012, os crimes violentos contra o
patrimônio subiram 9,6% em todo o Estado. As taxas passaram de 266,6
para grupos de cem mil habitantes em 2011 para 291,3 em 2012 um
acréscimo de 9,3%. Essa taxa leva em conta o crescimento populacional.
Em números absolutos de ocorrências, foram 54.314 em 2011, contra 59.795
em 2012. Entretanto, vale ressaltar a série histórica dos crimes, que
caíram 37,4% desde 2004.
Quando o recorte é a Região
Metropolitana, o aumento é de 7%. Na comparação das taxas, que levam em
conta a evolução populacional, os crimes violentos nas Risps 1, 2 e 3
passaram 632,4 para grupos de 100 mil habitantes em 2011 para 676,9 em
2012. Avaliando os números de ocorrência, elas passaram de 34.275 em
2011 para 37.080 em 2012.
Já na avaliação da série histórica, vale
ressaltar que os números são 42,5% menores em 2004, quando começaram a
implantação das atuais políticas de defesa social do Estado, com foco na
integração das polícias e na prevenção à criminalidade.
Na avaliação de Belo Horizonte, houve
acréscimo de 4,8% nas taxas de crimes violentos. O Índice de Crimes
Violentos contra o Patrimônio (ICV-Pat) foi de 878,4 para grupos de 100
mil habitantes em 2011 e para 920,8 em 2012. Essa taxa leva em conta o
crescimento populacional. Já os registros de Crimes Violentos contra o
Patrimônio em Belo Horizonte passaram de 21.837 ocorrências em 2011 para
23.032 em 2012. Vale destacar que, nos últimos oito anos, os crimes
contra o patrimônio, na capital, tiveram queda de 44,3%.
Dados dos 29 maiores municípios serão divulgados mensalmente
A Secretaria de Defesa Social que, em
2012 passou a divulgar as estatísticas de criminalidade violenta ao
longo de todos os meses em sua página na Internet, vai ampliar, em 2013,
as possibilidades de acesso mensal aos dados de violência do Estado.
Além dos dados gerais do Estado e da Região Metropolitana, também serão
divulgados, sempre no segundo dia útil do mês subsequente, as
estatísticas de criminalidade violenta, homicídios, e criminalidade
violenta contra o patrimônio de Belo Horizonte e dos 29 municípios com
mais de 100 mil habitantes do Estado. Assim, os dados relativos a este
mês serão divulgados no dia 4 de fevereiro próximo.
Outra mudança é a divulgação do número
de vítimas de homicídios a partir deste ano e não só o número de
ocorrências. O atendimento a essa demanda será possível a partir de
2013, pela expansão do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), no
âmbito da PM, para todas as 853 cidades de Minas em 2012.
Tecnologicamente, antes da expansão do Reds, não era possível fazer o
cálculo das vítimas, porque o SM20, sistema anterior, da Polícia
Militar, não permitia a extração do número de vítimas.
A divulgação das estatísticas de
criminalidade violenta vai continuar a seguir a metodologia adotada em
2012, que traz mais agilidade à avaliação dos dados de Defesa Social e
amplia os crimes contabilizados no Índice de Crimes Violentos (ICV).
Vale ressaltar que as estatísticas a partir de 2012 são extraídas do
Reds, com base na integração dos bancos de dados de registros de
ocorrências das polícias Militar e Civil. Até então os dados divulgados
na maioria das regiões do Estado só levavam em conta os registros da
Polícia Militar.
Outra vantagem, que amplia os dados, é a
inclusão de três novas tipificações de crimes ao ICV, principal
ferramenta de análise da criminalidade no Estado. O ICV que, até 2011
contabilizava quatro crimes, agora é o somatório de sete tipos de crime:
homicídio consumado e tentado, estupro consumado e estupro tentado,
roubo, extorsão mediante sequestro e sequestro e cárcere privado
consumado.
Fonte: Agência Minas/Blog amigos da Caserna
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