Graham Denyer Willis, pesquisador canadense, autor do livro The Killing Consensus: Police, Organized Crime and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil" (consenso assassino: polícia, crime organizado e a regulação da vida e da morte no Brasil urbano), lançado neste ano, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 31-08-2015, afirma:
"Se olharmos os dados de homicídios em São Paulo nos anos 1990, veremos que a maior parte ocorria em locais comoJardim Ângela, Capão Redondo e Cidade Tiradentes. É onde havia 113 mortes por 100 mil habitantes enquanto Pinheiros ou Jardins tinham 1 morte por 100 mil habitantes.
Quando a queda de homicídios aconteceu, ela ocorreu nesses territórios. Se quisermos entender por que, temos que olhar para lá. E precisamos olhar para quem estava morrendo e não está mais: jovens, negros, de baixa escolaridade.
São pessoas nesses territórios e nessa faixa etária aquelas reguladas pelo que o PCC chama de "lei do crime", regras de convivência para preservar territórios e que vivem neles. Gostaria muito de ver os dados de quem contesta essa informação. Não basta dizer que não é assim. É preciso provar”.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota, afirma que a tese de Willis de que os homicídios em São Paulo caíram pela presença de uma organização criminosa nos territórios onde mais se matava e morria é "descabida".
"Uma evidência que descredencia tal avaliação é que a maioria dos Estados brasileiros teve alta nos homicídios, mesmo com a presença de organizações criminosas operando em seu território.", diz a nota.
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