Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Porque decide e escolhi a chapa 2 na eleição da AOPMBM




A Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militares - AOPMBM, teve sua origem no sentimento de indignação e revolta que reinava entre os oficiais, que não mais admitem uma representação institucional e política da classe, tutelada e tuteladora da consciência e da liberdade de livremente expressar ideias, opiniões e críticas, mas no curso de sua construção coletiva acabou contaminada pelos vícios do interesse pessoal, particular e de grupos que se aliaram ao comando e governo, numa clara e deliberada campanha para enfraquecer e minar e poder de representação dos oficiais.

E com a ascensão de seus aliados institucionais, os interesses, valores, direitos e garantias, bandeiras de luta que vigoravam, e que foram erguidas durante sua fundação balizando sua constituição como entidade representativa foram relegados, já que o clube dos oficiais, sempre dirigido, dominado, e tratado como feudo dos coronéis, que mesmo com seu passado de glória, jamais desenvolveu ou se estruturou para a missão árdua, difícil e nobre de lutar pela valorização e respeito pela classe. 

E muitos desconhecem ou ignoram, que em seu formato original  foi criado como Clube da Polícia Militar, o que quer dizer que deveria ser de todos os policiais e bombeiros militares sem distinção de posto e graduação, mas até no lazer e diversão ficou marcado pela divisão e estratificação política, institucional e social.

É bem verdade, que poucos ousaram enfrentar com ética, respeito, abnegação, sacrífico pessoal, e desprendimento a luta pelas mudanças que emergiram do trágico movimento dos praças de 1997, que culminou no apogeu e acirramento do apartheid hierárquico - divisão entre oficiais e praças - revelando o sentimento cristalizado da discriminação, da estigmatização e do ódio entre pares, subordinados e superiores, restando a mágoa, o ressentimento e o rancor que se instalou no espírito miliciano e na vida de milhares de oficiais, praças e suas famílias.

Das causas e efeitos que sobrevieram do movimento, e com as lições duramente apreendidas por todos, um grupo ousado de oficiais de espírito  pacificador e conciliador, dentre os quais se destacam, o Ten Cel Mendonça, sendo seu segundo presidente, nasceu a AOPMBM, constituída e registrada no dia 19 fevereiro de 1999, "independente, sem vínculos políticos, e com o propósito único de ser a voz consciente e firme das reivindicações dos oficias da Polícia Militar", sendo estes os pilares e ideais de sua existência.

Seguiu-se a uma verdadeira cruzada pela valorização dos oficiais e de sua liderança como interlocutores dos problemas, demandas, dificuldades e interesses de seus comandados, respeitando-lhes como agentes, indutores e construtores de políticas públicas e institucionais na condução do processo participativo de tomada de decisão, reagindo ao autoritarismo, e a empafia exclusivista dos que se julgavam donatários da Corporação.

A ideia força representada por tais princípios, resultaram numa relação de mútuo respeito, cooperação, participação, parceria e trabalho com as associações de praças, resgatando e promovendo a reaproximação e o estreitamento dos lações de respeito, lealdade, e ética entre oficiais e praças, que pela primeira vez sentaram juntos para discutirem as mudanças que todos desejavam e esperavam acontecer a longos anos, após intensa e persistente luta por valorização  e tratamento fundado no respeito nas relações hierárquicas e profissionais.

Para os que ingressaram na corporação em tempo recente, a insurgência dos praças no ano de 1997, bem como o estopim para criação da AOPMBM, dentre outras causas, se deu exclusivamente pela renúncia imoral e antiética de importantes princípios e ação de comando,  como a lealdade, o respeito, e o dever de defender e lutar por seus comandados, inerentes a função de chefia, comando e direção, em todos os níveis, tolhendo-lhes a voz e vez, violando direitos e garantias fundamentais tanto de oficiais como praças, escrevendo com as tintas da revolta, indignação, medo, perseguição, injustiça e abusos as páginas da história da Polícia Militar de Minas Gerais, que nunca mais seria a mesma de tempos passados. 

A sucessão no comando, as injunções políticas nas relações de poder, e a fraca participação dos oficiais, subverteram e corromperam seus princípios fundamentais, que com a ingerência direta do comando em suas eleições, passou a abrigar interesses menores e incompatíveis com o interesse de toda oficialidade, provocando a deslegitimação e disseminando o descrédito e a desconfiança, principalmente entre os oficiais subalternos e intermediários, que são as vítimas preferenciais de abusos, injustiças e desrespeito, ao que muitos quedam resignados e silenciosos ante ao abandono e o descaso de sua representação, que deveria ser exatamente porta voz e defensor de seus direitos e garantias.

Todo este processo que contou com a participação de muitos praças, e do apoio das associações, perdeu força e está em franca desconstrução, não de modo intencional, mas sutilmente planejado para que haja a retomada do domínio e do poder conferido à representação, não para corrigir ou redefinir seus rumos, mas transformá-la em mais um braço político do Comando, agachada e submetida aos humores e a vontade do governo. 

O maior desafio para a edificação da democracia participativa, e a promoção da cidadania dos oficiais pela AOPMBM, na perspectiva de uma transformação com reflexos na Polícia Militar e na política de comando, é conquistar corações e mentes para a implantação e cumprimento de uma agenda propositiva e coletiva, que tenha como diretriz associativa a participação de todos os associados, para que possamos avançar na melhoria da segurança pública, mas concomitante e prioritariamente os interesses e problemas dos policiais e bombeiros militares.

O imaginário mobilizador é o primeiro desafio. Precisamos ouvir, literalmente escutar, os oficiais para entender, tratar e transformar as suas demandas. Nosso problema e maior desafio é de ordem cultural: falar para o que as pessoas sentem. Transformação só é possível com cidadania motivada e em ação.

As eleições que se aproximam vão demonstrar se acertamos em acreditar se juntos podemos enfrentar os presentes e futuros desafios e os muitos problemas que afligem e violam direitos e garantias fundamentais dos policiais e bombeiros militares e suas famílias.

E a decisão de mudar, pertence aos oficiais, que no dia 10 de novembro, poderão contar com o candidato da chapa 2, Maj PM Noberto Russo, e muitos outros oficiais que se notabilizaram pelo exemplo, registrando em suas trajetórias e históricos o verdadeiro compromisso com a oficialidade, com os praças, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.

São estas razões que nos convenceram de que a Chapa 2, é a melhor opção para o momento em que vivemos, e que poderá ser decisivo para a luta e o enfrentamento dos problemas que afligem a toda família Militar de Minas Gerais.

Eu escolhi, e decide, voto Chapa 2, Maj PM Russo. E viva a democracia, vamos acordar a AOPMBM.

José Luiz Barbosa. Sgt PM RR.

Presidente da Associação Mineira de Defesa e Promoção da Cidadania e Dignidade, ex-presidente da ASPRA, e Fundador do blog política cidadania e dignidade

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