Uma comunicação feita pelo comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Edmilton Ribeiro Aguiar Júnior, com orientações sobre movimentações reivindicatórias públicas, provocou reações na corporação.
O aviso, que depois de publicado ganhou as redes sociais e, por isso, foi retirado dos comunicados pelo Comando, dizia que estão proibidos quaisquer atos públicos reivindicatórios direcionados ao governo do Estado por parte dos integrantes do CBMES [Corpo de Bombeiros Militar do Estado] sem conhecimento prévio do Comando, “já que os destinos da corporação estão sendo conduzidos pelo comandante e os atos prejudicam os processos em tramitação”.
A comunicação também salientava que o descumprimento da determinação acarretaria consequências nas esferas legais competentes. Os bombeiros que receberam o aviso entenderam que estaria havendo ameaça na comunicação.
O presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Estado (ABMES), João Batista da Silva, diz que a publicação do aviso com a proibição seria uma precaução, mas está contra o que estabelece a Constituição Federal. Ele acrescenta que, depois de retirado o aviso de proibição, na manhã desta terça-feira (12), os bombeiros que recebiam orientações do comandante foram alertados novamente que as participações nos atos públicos acarretariam em sanções.
João Batista salienta que após a comunicação agendou uma reunião para esta quarta-feira (13) com o coronel Edmilton Ribeiro para esclarecer sobre os avisos.
O presidente da ABMES ressalta, ainda, que consultou o advogado da associação, Luiz Felipe Lyrio Peres. Ele dise que a Constituição garante o direito à livre manifestação de pensamento. João Batista salienta, ainda, que desde que esteja de folga, se manifeste de maneira pacífica e de forma aberta, o bombeiro tem o direito de participar dos atos públicos.
Ato público
Nesta quarta-feira, os familiares e policiais e bombeiros de folga realizam um ato público saindo da Praça do Papa, em Vitória. O ato vai ter início às 14 horas e segue para a praça do pedágio da Terceira Ponte.
Os representantes dos familiares entendem que o governo está empurrando com a barriga as questões salariais da categoria, que aguarda realinhamento salarial e ainda não teve resposta do Estado.
Além disso, os policiais militares têm insatisfações quanto às cargas horárias ampliadas e ao aperto na demanda de trabalho por falta de efetivo.
A ABMES não vai participar da manifestação por conta da reunião, mas tem assembleia marcada para o dia 26 de novembro. O presidente da associação ressalta, no entanto, que os bombeiros que estiverem de folga e queiram participar têm o direito de se manifestar em ato público.
Lívia Frances
FONTE – SÉCULO DIÁRIO
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