Nervosa e sem conseguir conter o choro, uma mulher denunciou nesta quinta-feira (7), no Plenarinho II da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que foi torturada pelo sargento Adilson Souto, pelo cabo Alan Lage e um soldado do 39º Batalhão da Polícia Militar de Contagem, na Grande BH. Conforme ela, um dos suspeitos chegou a estuprá-la. A agressão ocorreu no banheiro de uma unidade da corporação, instalada em um posto de gasolina.

R.F.S.A, de 25 anos, foi ouvida em audiência, com as portas fechadas, e estava diante do oficial da Corregedoria da Polícia Militar, tenente-coronel Wagner Adriano Augusto. O militar informou que já existe um Inquérito Policial Militar (IPM) em andamento para apurar as denuncias.
 
O crime ocorreu, conforme a vítima, na madrugada de 29 de outubro, horas antes da mulher ter se envolvido em uma confusão, juntamente com seu namorado, identificado apenas como Marlon. Após a ocorrência, ela teria ido para a unidade policial, onde foi ofendida com palavrões e agredida fisicamento, além de ter sido submetida a tortura, ficando por horas algemada. O boletim de ocorrência que foi registrado pelos militares foi classificado pelo deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, como irreal e "cheio de contradições".
 
A mulher contou, ainda, que um dos militares a levou para um banheiro do posto de gasolina, onde fez novas ameaças e enfiou a ponta do cano de um revólver dentro de sua boca. Neste momento, ele teria apalpado seus seios e enfiado a mão dentro de suas calças. 
 
O parlamentar vai enviar documentos e o depoimento da mulher para as corregedorias das polícias Militar e Civil solicitando providências. Para o advogado Vinicius Marcus Nonato da Silva, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), os militares devem ser afastados de seus postos enquanto durar os inquéritos.