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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

PMs presos após pai de vítima investigar execução são julgados




Pai investigou morte de filho e amigo e descobriu que PMs haviam simulado tiroteio para encobrir execuções. Quatro dos cinco PMs réus no processo pelos crimes começarão a ser julgados nesta segunda-feira (26/01)
Caramante 25.jan.15
O tecelão Cesar Dias de Oliveira, 20 anos, foi executado por PMs, em julho de 2012. Pai do jovem investigou crime e acusados serão julgados nesta segunda (26/01) | Reprodução
Acusados de montar uma farsa para tentar encobrir as execuções do tecelão Cesar Dias de Oliveira e do repositor Ricardo Tavares da Silva, ambos de 20 anos, em julho de 2012, quatro dos cincos policiais militares acusados pelos crimes serão julgados nesta segunda-feira (26/01) e terça-feira (27/01).
A partir das 10h desta segunda, Cringer Ferreira Prota, Denis da Costa Martins, Marcelo Oliveira de Jesus e Raphael de Arruda Bom sentarão no banco dos réus do 5° Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
As execuções de Oliveira e de Silva, dois jovens sem nenhum envolvimento anterior com a polícia, só não foram arquivadas como mais um caso de “resistência à prisão seguida de morte” ou “morte sob intervenção policial” graças ao esforço do funcionário público Daniel Eustáquio de Oliveira, pai de Cesar.
Foi Daniel Eustáquio quem, por conta própria, investigou a suposta “resistência à prisão” do filho e do amigo e localizou cinco testemunhas que desmontaram a versão dos PMs responsáveis pelas execuções dos jovens.
De acordo com as testemunhas localizadas por Daniel Eustáquio, os dois jovens foram baleados uma vez cada um pelos PMs quando estavam trafegando na moto de Oliveira. Ambos voltavam de uma sessão de tatuagem e, naquela madrugada de 1º de julho, estavam no bairro do Rio Pequeno, zona oeste de São Paulo.
Quando chegaram ao hospital, levados pelos mesmos PMs que haviam atirado contra eles, Oliveira tinha cinco tiros no corpo, Silva, três. Os PMs envolvidos no crime eram da Força Tática (suposto grupo especial) do 14º Batalhão da PM, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, e estavam fora da sua área de atuação quando executaram os jovens.
Apesar de estarem praticamente ao lado do HU (Hospital Universitário), na USP (Universidade de São Paulo), os PMs levaram Oliveira e Silva para um hospital em Osasco, distante 12 km do local onde ambos foram baleados.
Ainda segundo as testemunhas localizadas por Daniel Estáquio, quando chegou ao Rio Pequeno, o tenente Rafael Salviano Silveira mandou que seus subordinados “limpassem” a cena do crime, atirou para o alto e, pelo rádio do carro da PM, disse para a central da PM que estava no meio de um tiroteio.
Uma das cinco testemunhas relatou à Polícia Civil que Silveira também esbravejou com seus subordinados: “Vocês fizeram uma merda e agora terão de corrigir”
Os quatro réus que começarão a ser julgados estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, zona norte de São Paulo. O tenente Silveira, que posou como herói em um evento da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, em maio de 2008, está em liberdade.
Tenente foi apontado como exemplar pela Segurança Pública
O tenente Silveira, aprovado em primeiro lugar no vestibular da Fuvest de 2007 que selecionou 150 alunos para a Academia do Barro Branco, que forma os oficiais da PM paulista, será julgado em outra data porque ele recorreu da pronúncia e o processo foi desmembrado.
À época do evento oficial da Segurança Pública, Silveira tirou foto ao lado do então secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, recebeu como honraria um espadim que, na filosofia da PM, representa a Justiça e o patriotismo e também foi personagem de uma reportagem da assessoria de imprensa da pasta. Tudo por sua colocação no vestibular da Fuvest.
Outro lado
Os advogados Daniel Leon Bialski e Patricia M. Uzum, defensores do tenente Silveira, não foram localizados pela reportagem.
O mesmo aconteceu com Celso Machado Vendramini, advogado dos PMs Cringer Ferreira Prota, Denis da Costa Martins, Marcelo Oliveira de Jesus e Raphael de Arruda Bom.
Assista ao documentário “Quando Eu Me Chamar Saudade”. Filme aborda a luta de Daniel Eustáquio por Justiça:


Documentário vencedor do EXPOCOM Sudeste 2014 na categoria “Produção Laboratorial de Videojornalismo e Telejornalismo”.
Este documentário foi produzido originalmente como trabalho de conclusão do curso de jornalismo, pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

Lançamento: Dezembro de 2013.Autores:Renan XavierLailson NascimentoDaniel SantosDuração: 24 min. 34 seg.

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