Traficante brasileiro executado na Indonésia. Quem disse que lei não se discute, se cumpre?

Será que sempre temos que cumprir todas as leis que vemos pela frente?

Publicado por Alcaires Mendes

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Olá, JusBrasileiros!

Essa semana, após a execução de um brasileiro por tráfico de drogas, virou febre nas mídias sociais o argumento que "lei é lei". Era comum lermos que o Brasil deveria seguir o exemplo da Indonésia e aprender a cumprir as leis aqui também.

Muitos alegavam que lei não se discute, lei se cumpre!

Esse argumento, confesso, que me dá arrepios. É como se as pessoas perdessem toda a sua capacidade cognitiva e passassem a dizer como robôs: “sim senhor” e “sim senhora”.

Não quero polemizar a respeito do mérito da pena de morte ou não, apesar de já ter sido provado que é um absoluto fracasso e que já culminou na morte de diversos inocentes nos EUA.

Não é essa questão que seria bom refletirmos.

O problema é a base do argumento de quem defendeu a pena de morte do traficante brasileiro. Vejam o exemplo abaixo de um discurso que foi difundido nas mídias sociais:

“A Indonésia é o exemplo a ser seguido por ser um modelo de correção e ainda mostrou pro Brasil como a lei deve ser cumprida. Lá os criminosos não ficam impunes.”

Será que as pessoas, que usaram esse discurso, pensam que toda lei é justa? Que toda lei é moral? Será que as pessoas não sabem que as leis são, por diversas vezes, criadas por motivos políticos?

Será que entre os “cumpridores da lei”, existiam judeus, gays ou mulheres?

Bom, caso algum cumpridor da lei sem questionamentos for uma das pessoas acima gostaria de saber.

Como o Judeu responderia essa máxima de que a lei não se discute quando Hitler criou a lei anti-semita?

E como as mulheres cumpridoras da lei reagiriam com as leis que punem com morte por apedrejamento as mulheres que praticam adultério?

Será que os homoafetivos, que possuem esse argumento, também sabem que existem leis islâmicas que punem com morte apedrejamento o simples fato dele ser homossexual?

Bom, opinião sobre pena de morte cada um tem a sua. O problema é a base com quem cada um sustenta o seu argumento. Dizer que lei é lei, sem dúvida, é o pior deles.

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