Uso da droga é estimada em 1,75% no geral e 3% entre os estudantes universitários.
De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2013, lançado nesta quarta-feira (26), o Brasil apresentou aumentono uso de cocaína pela população em geral.
Dados atuais afirmam que a prevalência estimada do uso da substância entre a população geral é estimada em 1,75%, consistente com a tendência do consumo da droga no país.
Dentre os estudantes universitários nas 27 capitais brasileiras, a prevalência anual do uso de cocaína era de 3% segundo estudo de 2011 da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.
O documento foi produzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e ressalta que o Brasil desempenha um papel importante no mercado global de cocaína tanto como um destino quanto país de trânsito.
As extensas fronteiras terrestres do país com os três principais países que são fontes da droga – Bolívia, Colômbia e Peru –, sua grande população, significativos níveis de uso de ambos pó de cocaína e crack, bem como o fácil acesso ao Oceano Atlântico para o tráfico em direção à África e à Europa são fatores que contribuem para esse papel.
O UNODC lembrou que em 2011 mais da metade da cocaína apreendida no Brasil tinha origem na Bolívia (54%), seguida pelo Peru (38%) e Colômbia (7,5%). A Bolívia, o único país entre os três principais de origem que não tem acesso direto ao mar aberto, identificou o Brasil como o maior destino planejado para a cocaína apreendida.
Maconha e as ‘novas substâncias psicoativas’ registram crescimento no mercado nacional
O relatório também destacou que o número de apreensão de cannabis – popularmente conhecida como maconha – foi praticamente o mesmo em 2010 e 2011, com 885 e 878 casos, respectivamente. No entanto, a quantidade total da substância que foi apreendida passou de 155 toneladas em 2010 para 174 toneladas em 2011, o terceiro aumento consecutivo.
Em relação à propagação de novas substâncias psicoativas (NSP), o Brasil relatou o surgimento de mefedrona e de DMMA (uma feniletilamina) em seu mercado. Conforme uma pesquisa domiciliar anterior realizada no país em 2005, a taxa de prevalência na vida toda para o uso de ketamina era de 0,2% entre pessoas de 12 a 65 anos. Tal registro foi equivalente ao uso ao longo da vida da merla, uma variante da pasta-base de coca fumável e com maior prevalência do que o uso de heroína (0,09%).
A mesma pesquisa destacou que a “Benflogin” (benzidamina), outra NSP, apresenta taxa de prevalência de 0,4% na vida toda entre a faixa etária de 12 a 65 anos. O medicamento age localmente para o tratamento de inflamações da boca e da garganta, mas é tomado em doses elevadas e usado indevidamente no Brasil e em alguns outros países como um estimulante do sistema nervoso central e delirante (classe especial de alucinógenos).
Na América Latina, outros países também observaram registros de NSP: Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá e Uruguai. As NSP relatadas incluíam ketamina e substâncias à base de plantas, seguidas de piperazinas, catinonas sintéticas, feniletilaminas e, em menor extensão, os canabinoides sintéticos.
Sobre a apreensão de “ecstasy”, o UNODC lembrou que em 2011 o Brasil relatou as maiores apreensões da substância desde 1987, totalizando 70 kg. Na última década, a maioria das apreensões anuais relatadas pelo Brasil ficaram abaixo de 1 kg.
Aumento na taxa de prevalência por dirigir sob efeito de drogas
De acordo com o UNODC, a taxa de prevalência por dirigir sob o efeito de drogas não é tão conhecida mundialmente, no entanto, estudos recentes do Brasil, Europa e Estados Unidos indicam que este registro pode ser mais comum do que se pensava.
No Brasil, um estudo de 2010 com 3.398 motoristas descobriu que 4,6% deles testaram positivo para alguma substância ilícita. Destes, 39% foram para cocaína, 32% para tetrahidrocanabinol (THC) – cannabis –, 16% para anfetaminas e 14% para benzodiazepinas.
Em outra pesquisa no Brasil, testes de drogas em pacientes que foram admitidos no pronto socorro após acidentes de trânsito mostram que estes eram mais propensos a terem cannabis em seu sistema do que o álcool.
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