Em
uma assembleia realizada no último domingo, manifestantes de Belo
Horizonte confirmaram um ato no Mineirão, na próxima quarta, e decidiram
quatro pautas principais do protesto. Entre elas estará a
desmilitarização da polícia, o que pode contribuir com o cenário de
conflito entre os dois lados antes da semifinal da Copa das
Confederações, entre Brasil e Uruguai.
A pauta foi fechada por um grupo de
cerca de 600 pessoas que se reuniram durante a tarde do último domingo
debaixo do viaduto Santa Tereza no centro de Belo Horizonte. A reunião,
que foi acompanhada de perto pela polícia, reuniu líderes de movimentos
sociais diversos, entre eles o Comitê Popular da Copa da Belo Horizonte,
que questiona os gastos com os grandes eventos.
Depois da fala de dezenas de
manifestantes, a assembleia confirmou o ato da próxima quarta. O grupo
partirá da Praça Sete de Setembro às 12h e vai até o estádio Mineirão.
As propostas do protesto são a suspensão da Lei Geral da Copa, o
estabelecimento de um piso nacional de salários para professores da rede
estadual, a redução da tarifa do transporte público em Belo Horizonte e
a desmilitarização da polícia.
A inclusão do último item acirra os
ânimos entre manifestantes e oficiais, que entraram em conflito no
último sábado, antes do jogo entre Japão e Nigéria. Na ocasião, cerca de
100 mil pessoas estavam nas ruas de Belo Horizonte, foram impedidas de
chegar até o Mineirão e acabaram entrando em conflito com a polícia.
Os manifestantes apontam abuso de força
por parte dos oficias que, por sua vez, protestam contra o vandalismo do
outro lado. Nesta segunda, a Polícia Militar deu sinais claros de que
deve haver conflito antes do jogo do Brasil.
“Acabou a ação reativa que a PM estava mantendo até agora. Vamos adotar tolerância zero nos protestos”, disse Luiz Alberto, tenente-coronel da PM ao UOL.
Por parte dos manifestantes também há a
expectativa de tumulto. Embora o Comitê Popular da Copa oriente os
envolvidos a não agirem violentamente, o tema é tratado com naturalidade
no protesto. Na assembleia do último domingo, por exemplo, diversos
discursos questionando a ação da PM e acirrando os ânimos entre as
partes.
O confronto do último sábado deixou marcas na capital mineira. Um dia depois, a cidade ainda apresentava rastos de destruição em ruas da região central, onde ocorreu o confronto com a Força Nacional. A previsão de um novo tumulto fez com que a polícia fizesse até um apelo aos pais para que não deixassem seus filhos se juntarem à manifestação.
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