Em Rio Branco, ‘Dia do Basta’ leva manifestantes às ruas neste sábado.
Durante a semana aconteceram protestos em diversas cidades brasileiras.
Em várias cidades brasileiras acontecem manifestações simultâneas. No Acre, estudantes realizaram uma manifestação na terça-feira (18) e está marcado para sábado (22) o “Dia do Basta” contra a corrupção e em solidariedade às manifestações que acontecem pelo país.
Manifestantes irão se reunir a partir das 16h em frente ao Palácio Rio Branco no centro da cidade.Os organizadores esperam um público de 5 mil pessoas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os movimentos pela diminuição das tarifas de ônibus e pela inserção de passe livre estudantil reúnem milhares de pessoas.
O sociólogo Elder Andrade afirma que é possível comparar as manifestações populares em todo o país com um ‘vulcão em erupção’.
“Mas só vendo a erupção, você não sabe o porquê de estar acontecendo aquilo. Para entender o que está acontecendo no Brasil hoje, é preciso ver aquilo que estava escondido até agora. É tudo isso que essa juventude está se movimentando e se mobilizando, esse vulcão chamado Brasil entra em erupção para reivindicar direitos até então negados”, explica.
Ele lembra que não é possível controlar a força de um vulcão, da mesma forma que é difícil controlar as manifestações.
“Você vai ter vários tipos de manifestações dos diversos grupos que participam dela. Sejam aqueles de forma mais pacífica, ou os que pretendem mostrar com maior indignação a sua insatisfação com a mesma violência com que o estado habitualmente tem usado”, afirma o sociólogo.
Andrade acredita que as manifestações violentas são uma resposta às forças repressivas do estado. “Só para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, mais de 500 lideranças indígenas foram assassinadas nesse país. Sem contar, as populações pobres nas favelas que são permanentemente perseguidas. Então, a violência é do estado brasileiro, é das forças institucionais usadas para agir contra a população. Quando a população manifesta sua indignação, aí aparece esse discurso de estar sendo violento”, argumenta.
O sociólogo afirma ainda que este é um momento significativo na história do país, já que não está se reeditando antigas manifestações e que este é o momento de repensar a democracia.
“Agora é um outro passo, agora é a busca de uma democracia do século 21. Uma democracia que a juventude percebeu que não será conquistada através do parlamento, através dos espaços institucionais existentes. Ela será conquistada com criatividade e com ações nas ruas”, disse. (G1 - Colaborou Débora Ribeiro, da TV Acre.)
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