Segundo corporação, mais de 5 mil policiais vão participar de operação.
No Mineirão, Brasil e Uruguai jogam pela Copa das Confederações.
Com a perspectiva de mais manifestantes no protesto previsto para esta quarta-feira (26), quando haverá o jogo entre Brasil e Uruguai em Belo Horizonte, pela Copa das Confederações, aproximadamente 5,5 mil policiais vão trabalhar para garantir a segurança na capital. No protesto do último sábado (22), 3,5 mil policiais participaram da operação.
O aumento no efetivo policial, com a presença de pelo menos mil militares trazidos do interior do estado, gerou poucas alterações no plano de contenção da PM. Serão mantidas três linhas de bloqueio no entorno do Mineirão, por onde apenas torcedores com ingresso para a partida semifinal vão poder passar: a primeira no Viaduto José de Alencar e na Avenida Abraão Caram; outra na rotatória da Avenida Otacílio Negrão de Lima com Rua Coronel Oscar Pascoal; e ainda uma terceira na Avenida Carlos Luz com Rua Conceição do Mato Dentro. Mais de 70 mil pessoas foram às ruas para manifestar no último sábado.
Na tarde desta terça-feira (25), o comandante-geral da Polícia Militar de Minas, Márcio Sant’Ana, informou também que, ao contrário do ocorrido em manifestações anteriores, os militares não seguirão a frente dos manifestantes abrindo caminho no trânsito, para não dar a entender uma possível delimitação por parte da corporação. Porém, “haverá policiais em quase todos os cruzamentos da Avenida Antônio Carlos”. A Polícia garantiu que não vai usar armas de fogo no protesto, mas spray de pimenta, bombas de gás e balas de borracha vão ser usadas caso necessário.
O secretário de estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, também esteve no evento para anúncio das medidas de segurança. Segundo ele, a tranquilidade das manifestações tem sido quebrada por vândalos e principalmente grupos ideológicos “ultra-sectários de direita e de esquerda”, cujas ações radicais resultam na depredação do patrimônio público e privado. Este, comentou ele, é o perfil daqueles que incentivam e promovem confrontos com a PM. De acordo com o secretário, as barreiras de bloqueio no entorno do estádio foram definidas pela Polícia Militar e nada tem haver com a Fifa.
Polícia vai manter três linhas de bloqueio perto do Mineirão (Foto: Divulgação/Polícia Militar)
Na capital mineira, 1,5 mil oficiais do Exército também devem estar a postos para proteção de pontos específicos, ainda a serem definidos. Um dos locais, adiantou Ferraz, é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha. De acordo com o secretário, será reforçado o número de equipes médicas para atendimento aos feridos em possíveis confrontos. No caso de policiais machucados, Sant’Ana explicou que será montado um posto para atendimento na região, com até mesmo dentistas, já que no sábado (22) um dos militares perdeu alguns dentes após ter sido atingido por pedras.
Sobre medidas preventivas, Ferraz explicou que parte dos suspeitos de vandalismo foi detida, e imagens dos crimes têm sido analisadas por setores de inteligência. Apesar disso, nenhum plano de prevenção foi determinado.
Suspeitas de abuso de poder e uso desmedido da força por policiais nas manifestações anteriores estão sendo apuradas, informou a corporação. A investigação está à disposição do Ministério Público.
Prisões
Questionado sobre a afirmação do prefeito Marcio Lacerda (está se revelando um ditadorzinho) de que a PM “prendeu muito pouca gente”, o comandante Márcio Sant’Ana afirmou que o objetivo da corporação quando se iniciam os confrontos é o de dispersar manifestantes. “A prioridade é a gente dispersar, fazer com que se torne um ambiente seguro e não fazer o infrator o grande ‘troféu’ da intervenção”, afirmou.
Recomendações
O secretário Rômulo Ferraz recomenda aos manifestantes evitar o deslocamento ao Mineirão. “Sempre que possível, que façam manifestações no Centro da Cidade”, afirmou. Já o comandante Sant’Ana, aconselha apenas a distância das linhas de bloqueio da PM. “O direito de ir e vir pertence ao cidadão, a rua pertence ao cidadão”, disse sobre as manifestações.
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