Policiais reagiram aos ataques porque vândalos teriam descumprido acordo com líderes de movimento, diz nota.
O governador Antonio
Anastasia afirmou, em entrevista ao Estado de Minas ontem à noite, que o
acordo do estado com manifestantes foi cumprido integralmente pelas
duas partes. Um dos pontos era a instalação de barreira, com grades, na
Avenida Abrahão Caram, sem a presença de militares, que ficariam
recuados a uma distância considerável, permitindo aos manifestantes
seguirem até a Avenida Santa Rosa e continuar até a orla da Lagoa da
Pampulha, passando pela rotatória do Mineirinho. “Lamentavelmente, eles
não têm controle de toda a manifestação. Há pessoas que são exaltadas e
outras que são vândalas. O grupo seguiu como combinado, uma parte ficou
para trás e o confronto foi iniciado”, disse Anastasia.
Mais cedo, o governo já
havia enviado nota ressaltando o acordo com os líderes do Comitê Popular
dos Atingidos pela Copa. “Grupos minoritários e violentos de vândalos,
vários deles encapuzados, agiram no sentido de romper essa barreira,
arremessando pedras, paus e bombas caseiras em direção aos policiais
militares, que só reagiram para se defender dos ataques”, afirmou a
nota.
Durante a manifestação, o
chefe da sala de imprensa da PM, major Gilmar Luciano Santos, chegou a
pedir aos manifestantes, de cima de um carro de som, que voltassem para
casa. “Está acontecendo muita quebradeira. Tem muito bandido na cidade.
Voltem para casa. Pedimos a vocês, pessoas de bem, que não se misturem
aos bandalheiros. Voltem para casa. Retornem à sua casa.”
Também por meio de nota,
a Polícia Militar se posicionou sobre a atuação da corporação na
repressão a quem depredou, saqueou e ateou fogo em lojas e deixou um
cenário de destruição na Avenida Antônio Carlos e entorno. O comandante
geral da PM, coronel Márcio Sant’Ana, informou que os militares tiveram
dificuldade de atuar na região por causa da grande quantidade de
manifestantes pacíficos que não estavam envolvidos nas ações de
vandalismo. Segundo ele, qualquer atitude mais brusca poderia levar
pânico a essas pessoas. Ele acrescentou que o número de manifestantes no
Viaduto José Alencar, entre as avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram,
também foi um dificultador, por se tratar de um local “sensível à ação
de repressão da polícia”.
DEPREDAÇÃO Sobre o
combate às ações de depredação, o comandante da PM disse que policiais e
bombeiros tiveram problemas para chegar até os lugares atingidos,
também devido à grande quantidade de gente nas ruas. “Apesar dessas
dificuldades, alguns policiais conseguiram alcançar a loja da
Concessionária Kia Motors, que estava sendo incendiada, e aprenderam
dois adolescentes que estão entre os responsáveis por essa ação
criminosa”, afirmou na nota. O coronel Márcio Sant’Ana informou que
cerca de 5 mil militares foram destacados ontem, mas a prioridade era
garantir a segurança de quem se manifestava de forma pacífica e
assegurar o acesso e a saída de torcedores e profissionais do Mineirão.
TRÊS PERGUNTAS PARA...ANTONIO ANASTASIA, Governador de Minas Gerais
1) Como o senhor avalia a atuação da Polícia Militar?
Foi exemplar. Foi feita
uma solicitação de que, se ela fosse agredida, reagiria de maneira
proporcional, evitando-se o conflito. No momento das ações de
vandalismo, não houve uma carga mais forte na intervenção para não
causar pânico e danos maiores a pessoas de bem que ainda estavam por
ali. A PM não queria ter uma atuação de força. De maneira inédita,
colocou até um carro de som para acompanhar os manifestantes e pedir que
fossem para casa.
2) Quais são as medidas para identificar os responsáveis pelos atos de vandalismo e roubos?
Vamos apurar a
responsabilidade das pessoas que fizeram isso. Muitos foram presos e
serão identificados pelo Ministério Público e a Polícia Civil.
Tentaremos ainda fazer um trabalho com a Polícia Civil para saber até
onde esse vandalismo é espontâneo ou organizado. Hoje (ontem) de manhã,
antes das manifestações, já foram presas pessoas vinculadas a
organizações que fazem apologia da violência.
3) Haverá outras estratégias em caso de novos protestos?
Não. Fizemos um acordo
com o conselho dos manifestantes e vamos cumpri-lo. O pressuposto é de
que as manifestações são pacíficas e é dever da PM garantir que elas
ocorram e, por outro lado, da parte dos manifestantes, que não haja
ataques à polícia. Tivemos vários protestos pacíficos em BH e todos no
interior foram realizados sem problemas.
FONTE: UAI
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