Confronto no dia do jogo do Brasil em BH deve ser mais forte, diz PM
Para as autoridades, presença de grupos de arruaceiros vindos de outros estados vai causar problemas maiores na capital
Um confronto muito mais
forte e acalorado entre a Polícia Militar, a Força Nacional de Segurança
e os vândalos que estão infiltrados nas manifestações pacíficas que
ocorrem em Belo Horizonte. Essa é a previsão do comandante geral da PM,
coronel Márcio Martins Sant’ana, para quarta-feira, dia em que Brasil e
Uruguai se enfrentam no Mineirão em partida válida pelas semifinais da
Copa das Confederações.
As autoridades acreditam que grupos de
baderneiros vindos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, que
já estão enfrentando a polícia e depredando o patrimônio público e
privado na capital, serão reforçados por pessoas que virão para Minas
com esse objetivo. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Cylton
Brandão, os arruaceiros desses grupos exercem o papel de iniciar,
participar e incentivar atos de vandalismo.
Além dos 32 presos que
se envolveram no quebra-quebra de sábado e madrugada de ontem, o chefe
da Polícia Civil informou que 30 pessoas já foram identificadas e cerca
de 50 estão sendo investigadas. Entre os presos, a maioria já liberada
devido a atos de vandalismo serem considerados crime de menor potencial
ofensivo, há pessoas com ficha policial. “Alguns estão somente para
tumultuar, mas outros têm passagens por tráfico de drogas, furto, lesão
corporal e ameaça”, afirma o delegado. Brandão confirma que há policiais
acompanhando as manifestações para levantar pistas de envolvidos nas
arruaças e fazer imagens da destruição. Uma foto apresentada pelo
delegado mostra uma turma reunida com mochilas, onde os vândalos guardam
bolas de gude, estilingues, bolas de sinuca, chumbadas de pescaria e
bombas caseiras. Essas pessoas integram um dos três grupos já
identificados pela corporação.
PONTO ESTRATÉGICO
Sobre a manifestação de
quarta-feira, a PM informou que ainda está definindo as estratégias que
vai adotar e que a proporção dos confrontos será maior do que os já
ocorridos na cidade. “Não tenho dúvida de que teremos um embate muito
mais acalorado, com ações muito mais contundentes por parte dos
infratores. Com certeza teremos outros problemas no ponto nevrálgico da
Avenida Abrahão Caram”, diz o coronel Márcio Sant’ana. Segundo o
comandante da PM, o bloqueio nesse local, já feito no jogo entre Japão e
México, será repetido. “O perímetro deu certo. Não tivemos nenhum
problema na área de segurança. Um ponto que pode ser aprimorado é o
retorno dos manifestantes, momento em que ficou muito clara a mudança de
perfil das pessoas que participam dos protestos, com a entrada dos
baderneiros”, disse o coronel.
Segundo Sant’ana, 3.550
policiais participaram da operação de sábado. O número receberá reforço
de companhias de missões especiais do interior do estado, como já
ocorreu na partida amistosa entre Brasil e Chile no Mineirão, em abril.
Mais de 1 mil homens do Exército estarão posicionados dentro da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para agir caso o câmpus
Pampulha seja alvo de vândalos, mas o coronel Sant’ana descartou contar
com esse efetivo para o trabalho nas ruas. “Nós não entendemos dessa
forma. A Polícia Militar tem um efetivo suficiente treinado, capacitado e
qualificado”, garante.
O militar aproveitou
para valorizar a ação executada pelo Batalhão de Polícia de Eventos
(BPE), que tomou a Praça Sete na noite de sábado. Ele avalia a atuação
dos militares como uma resposta aos vândalos para mostrar que a PM tem
controle da situação. “Às vezes, quando adotamos uma atitude tolerante,
as pessoas confundem isso com fragilidade. Então, ali foi uma
necessidade de mostrarmos que o aparato policial não é frágil e que a
gente consegue dispersar e defender determinados locais, se assim for
necessário, de forma rápida, vigorosa, e sobretudo técnica”, concluiu o
comandante.
FONTE: UAI
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada