Livro da jornalista Daniela Arbex narra os horrores da Colônia de Barbacena, onde mais de 60 mil pessoas morreram.
De 1903 a 1980, pelo menos 60 mil pessoas morreram no Hospital Colônia de Barbacena, Região Central do Estado. A maioria dos pacientes lá confinados foi internada à força e sequer tinha diagnóstico de doença mental. Eram alcoólatras, homossexuais, vítimas de abusos sexuais, epiléticos, prostitutas ou simplesmente tímidos. Os horrores cometidos impunemente transformaram a instituição em um campo de concentração nazista.
A história dessa barbaridade é o tema do livro “Holocausto Brasileiro – Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes no Maior Hospício do Brasil”, da jornalista Daniela Arbex, que será lançado em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (4/11/13), às 19 horas, no Instituto Santo Tomás de Aquino (Rua Itutinga, 300, Minas Brasil). O lançamento tem o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).
Antes do lançamento na Capital, o livro-reportagem de Daniela Arbex, publicado pela Geração Editorial, foi lançado no dia 13 de agosto último, no Museu da Loucura (inaugurado em 16 de agosto de 1996), em Barbacena. Para escrever a obra, além do trabalho de pesquisa histórica, a jornalista inspirou-se nas fotos de Luiz Alfredo, da revista O Cruzeiro, do início dos anos 1960.
Prêmios - Membro da Agência de Notícias dos Direitos da Infância no Brasil e na América Latina, Daniela Fernandes José Arbex Soares é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e detentora de inúmeros prêmios. Como repórter do jornal Tribuna de Minas, de Juiz de Fora (Zona da Mata), venceu, na categoria Regional Centro-Oeste, o Prêmio Esso de Jornalismo em 2000, 2002 e 2012, este último pela reportagem que deu origem ao livro “Holocausto Brasileiro”. A mesma reportagem recebeu menção honrosa do júri oficial do Instituto Prensa y Sociedad (Ipys), em Bogotá, na Colômbia, tendo sido agraciada também pela Transparência Internacional (TI).
Por cinco vezes seguidas, a jornalista recebeu também o prêmio Eloísio Furtado, concedido pela Tribuna de Minas à melhor reportagem do ano, além de ter recebido menções honrosas nos prêmios Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e Lorenzo Natali, da Bélgica. Em 2010, em outra série de reportagens para a Tribuna de Minas, desta vez sobre os problemas brasileiros na área de saúde pública, recebeu o Knight International Journalism Award. Um ano antes, havia vencido o prêmio Ipys de Melhor Investigação Jornalística da América Latina.
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