Mais denúncia de corrupção desta vez no ENEM, para deleite do brasileiro, que AMA SER ENGANADO!
Da maior fraude no Enem nem PT nem PSDB falaram nada até agora. Trata-se de uma competição com cartas marcadas.
Artigos do prof. LFG
LUIZ FLÁVIO GOMES – Estou no www.professorLFG.com.br
Educação e desigualdades
Da maior fraude no Enem nem PT nem PSDB falaram nada até agora. Trata-se de uma competição com cartas marcadas. O jornal O Globo (21/10/13), de forma eloquente, mostrou a anomalia: “Criado para democratizar o acesso ao ensino superior no país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não conseguiu se esquivar das desigualdades do Brasil. A prova vem refletindo as conhecidas diferenças socioeconômicas do país. O levantamento deixa evidente que o desempenho dos participantes está ligado a sua renda e ao capital cultural de cada família. Quanto melhor a situação financeira (capital econômico) e de escolaridade familiar (capital cultural familiar), maior é a nota do candidato na redação, principal prova do disputado processo de seleção do MEC”.
Para chegar a essa conclusão, o jornal analisou informações de 3,87 milhões de candidatos do Enem 2011 que responderam ao questionário socioeconômico no ato da inscrição e que fizeram a prova de redação naquele ano.
Ao comparar renda familiar e desempenho na redação, prova que tem o maior peso no exame, percebeu-se um aumento contínuo da nota junto com a situação financeira e a escolaridade dos pais. Enquanto a nota média entre aqueles com renda de até um salário mínimo foi de 460 pontos, o grupo com renda acima de 15 salários chegou a 642 pontos. Diferença de 40% [que determina, claro, de quem é a vaga].
Trata-se de um concurso em que desde o princípio já se sabe quem vai ser o vencedor (do acesso à educação pública superior gratuita). Nesse sentido, o Enem não passa de uma grande fraude. Porque simboliza e sintetiza nossa desigualdade selvagem. Que é invisível (Jessé Souza). E é invisível porque (despudoradamente) não queremos vê-la. Vivemos numa cultura egoísta alienada. Ali-é-nada! Poucos se estarrecem com nossas barbaridades. Mau-caratismo cultural. Degeneração ética aguda. Estágio em que toda injustiça já não significa mais nada. Foi interiorizada, assimilada. Não gera estranheza. Nem arrepios. Nem remorsos, nem culpa. Sociedade patriarcal autoritária e despótica. Fruto do encontro do Império Romano (patriarcal) com o cristianismo do século IV, que não tem nada a ver com o discurso cristão original, hoje em processo de restauração com o Papa Francisco.
Por que não seria assim?
“O Enem reproduz brutalmente as nossas desigualdades, e outros estudos que consideraram outras variáveis sociais chegaram às mesmas conclusões. O pobre não é burro, mas ele participa de um concurso com jovens que têm acesso a experiências educacionais muito mais ricas. Nesse sentido, a sociedade não se dá conta de que vivemos uma situação de cartas marcadas, que reproduz nosso padrão socioeconômico. A solução para isso não é fazer uma avaliação mais leniente com quem vem de família com baixa renda, mas melhorar a escola, pôr a questão do aprendizado no centro da atenção — diz o professor Francisco Soares, do grupo de avaliação e medidas socioeducativas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”.
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