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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
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sábado, 17 de janeiro de 2015

Assassinos e assassinados na contramão da moral


 “Os homens por sua inteligência, chegaram a resultados que nunca se havia atingido. Nas ciências, nas artes e no bem-estar material. Resta-lhes ainda um progresso a realizar: o de fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade, assegurando o bem-estar moral. Só o progresso moral pode assegurar a paz entre os homens”.  Allan Kardec, em “A Gênese”.


Na mesma França de Kardec, centenas de anos depois, dois homens vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis automáticos abrem  fogo na redação de Charlie Hebdo, em plena reunião de pauta, aos gritos de "Allah akbar" (Alá é grande). Matam 11 pessoas na sede do jornal e um policial na saída, antes de fugir de carro rumo à zona nordeste de Paris.

Motivações distintas, mas não menos infundamentadas, levaram tanto os assassinos como os assassinados a colidirem tragicamente. Tanto uns como outros deixaram de lado o progresso moral, que os levaria a conviver em paz.


Sob o escudo do fanatismo religioso os dois homens de preto disparam e ceifaram vidas, não tão inocentes, mas que nem por isso precisariam ser interrompidas. Afinal, ninguém tem o direito de dispor da vida de outrem.

Sob a falsa legitimação do direito à livre opinião,  aqueles que tiveram as vidas materiais interrompidas, haviam desrespeitado um outro direito inalienável: o da liberdade de crença e de entendimento religioso.


Tanto uns como outros, por deturparem seus entendimentos, viram apenas um lado da coisa, ou da causa, como queiram.

Por conta da liberdade de expressão, um veiculo de comunicação de qualquer natureza se julga no direito de ofender, humilhar, menosprezar a qualquer preço aqueles que bem entender.

Nem pessoas  ou instituições em nome da liberdade de expressão tem o direito de execrar a forma do outro ser, pensar e agir. O também francês Voltaire já disse certa vez: “ Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” 

A liberdade de expressão não esta obrigatoriamente atrelada ao depreciar o outro, se a minha forma de pensar é a certa, quem disse que devamos jogar nas latrinas da vida os conceitos dos outros. Não devamos depreciar ou tentar tirar convicções religiosas de uma pessoa, seria como se tirássemos de um amputado de pernas as muletas que ele utiliza para caminhar.

Da mesma forma, não cabe aos supostamente ofendidos “lavar sua honra ou de seu profeta com sangue”.     

Reiteramos, que neste caso, assassinos e assassinados trafegaram na contramão da moral.


Que os homens tirem lição de mais esse episódio trágico da humanidade para fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade, e assim buscar, de uma vez por todas o bem-estar moral e finalmente a paz entre eles.


          Dejair dos Santos



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