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domingo, 22 de novembro de 2015

Após apreensão de munição de fuzil em Bangu 3, presídio que abriga chefes de facção entra em alerta


Parede de chapas de aço que divide as duas unidades de Bangu 3:
Parede de chapas de aço que divide as duas unidades de Bangu 3: Foto: Márcia Foletto / márcia filetto/8.9.2005
Carolina Heringer

A penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, conhecida como Bangu 3B, é uma unidade em ponto de ebulição. É a panela de pressão do sistema prisional do Rio. Lá estão presos os principais chefes da maior facção criminosa do Rio que não foram transferidos para presídios federais. O sinal vermelho acendeu no fim do mês passado, quando foram encontradas por agentes penitenciários 49 balas de fuzil calibre 5.56 num buraco no piso da galeria B6. Há informações de que os presos teriam fuzis desmontados dentro das celas.
A preocupação é tanta que os agentes penitenciários deixaram de revistar os detentos depois que eles saem do banho de sol e voltam para o isolamento. O medo é de que os presos possam estar armados. Bangu 3 é composta ainda pela Penitenciária Serrano Neves, onde estão presos com menos expressão na facção, e que por isso não é alvo de igual apreensão.
Os funcionários relatam ainda que a Gabriel Ferreira Castilho está cheia de buracos, nos quais os presos escondem materiais ilícitos e também podem passá-los para outras celas e galerias. No dia 22 do mês passado, durante uma inspeção, um inspetor encontrou buracos em três celas. O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu).
Dias depois de a munição de fuzil ter sido encontrada, a Vara de Execuções Penais (VEP) determinou a transferência de quatro presos de Bangu 3B para a unidade de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, também localizada no Complexo de Gericinó. A vara tinha a informação de que os detentos estariam se articulando para liderar algum tipo de rebelião na unidade. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) pediu a transferência de dois deles para presídios federais de segurança máxima.
Problemas na unidade são antigos
A preocupação dos inspetores penitenciários não é à toa. Bangu 3 tem um longo histórico de problemas. Em cinco anos — entre 2003 e 2008 — três funcionários da penitenciária foram assassinados. Há 12 anos, o diretor da unidade, Abel Silvério, foi morto com dez tiros dentro de seu carro, na Avenida Brasil, altura da Vila Kennedy.
Já em dezembro de 2005, o então chefe da segurança de Bangu 3, Henrique Fernandes da Silva, foi executado no quintal de sua casa, em Bangu. Três anos mais tarde, o diretor da penitenciária à época, tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço, foi assassinado, também na Avenida Brasil, na altura de Deodoro.
22.11.2001 - Domingos Peixtoto - RI - Rebelião no Presidio Bangu III
22.11.2001 - Domingos Peixtoto - RI - Rebelião no Presidio Bangu III Foto: Domingos Peixoto / domingos peixoto/ 22.11.2001
A última rebelião no sistema foi justamente na unidade, em dezembro de 2003. Na ocasião, os presos, armados com fuzis, tentaram fugir pela porta da frente e acabaram frustrados. O motim durou 75 horas.
— Bangu 3 é um barril de pólvora por concentrar o mais alto escalão da maior facção criminosa do Rio. A cadeia pode estourar a qualquer momento e está fora de controle. As condições de trabalho dos inspetores penitenciários são péssimas em todas as unidades prisionais, e lá ainda mais — avaliou Wilson Camilo, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio.
Um levantamento feito pelo EXTRA mostra que, desde o início de outubro deste ano, foram apreendidos mais de 50 telefones celulares em inspeções da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e Ministério Público estadual. Foram encontrados ainda dezenas de chips, baterias, carregadores, fones de ouvido e drogas.
A maior apreensão feita em Bangu 3 aconteceu em 26 de outubro deste ano, quando foram achados 48 chips e 35 aparelhos de telefone celular.
Procurada pelo EXTRA, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que as revistas de rotina estão sendo feitas normalmente na unidade prisional. Ainda segundo a nota, algumas das inspeções também contam a participação da Coordenação do Complexo Penitenciário de Gericinó e da Coordenação de Segurança.

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