* José Luiz Barbosa, Sgt PM - RR
"Não há como conceder ciclo completo de polícia a uma polícia militarizada que serve aos interesses do poder, subserviente aos mandatários de plantão, avessa ao controle social, violadora de direitos e da dignidade humana, impermeável aos princípios do estado democrático de direitos e do exercício da cidadania, que atuam repressiva e violentamente sob o fundamento da proteção da lei e da ordem, e que ainda tratam o cidadão como inimigo."
"Não há como conceder ciclo completo de polícia a uma polícia militarizada que serve aos interesses do poder, subserviente aos mandatários de plantão, avessa ao controle social, violadora de direitos e da dignidade humana, impermeável aos princípios do estado democrático de direitos e do exercício da cidadania, que atuam repressiva e violentamente sob o fundamento da proteção da lei e da ordem, e que ainda tratam o cidadão como inimigo."
Ao longo de sua história de mandonismo, autoritarismo, subserviência, e de proteção do estado e seu staff contradiz e resiste aos princípios e fundamentos na construção de uma polícia cidadã, comunitária, democrática e respeitada, que os cidadãos e os policiais almejam, merecem, e lutam a longos anos, desde sua origem, portanto algo em torno de mais de dois secúlos.
E é ingenuidade propor a mudança de poder, aos que são detentores do poder, já que eles não farão as mudanças, e ainda convenceram aliados de que o sistema organizacional militarizado é o melhor para o exercício do poder de polícia, enquanto os próprios policiais militares, chamados de "executivos de quarteirão" já reconheceram sua falência, inadequação, e impropriedade para lidar com o livre exercício da cidadania, e do respeito a dignidade humana, impossibilitando-lhes de serem profissionais de polícia, e lançando-lhes no limbo entre o direito fundamental a segurança pública e a repressão policial e violenta como espetacularização para valorização de sua atividade.
E querer controlar as mudanças, é sinônimo de quem não quer mudanças, ou de dizer que elas não mudaram nada. Os registros da história são pródigos e incontestes sobre o que acontece quando se concede poder de investigar à uma polícia militarizada, e ainda hoje a exemplo dos policiais militares rotulados como "recalcitrantes" que são vítimas recorrentes e frequentes de violações, negação, e supressão de direitos e garantias fundamentais no âmbito da justiça militar, cuja investigação fica a cargo dos oficiais, já numa clara demonstração do atraso e da hierarquização da aplicação do direito e da justiça.
Assim se não houve até hoje nem sua profissionalização no que foi lhe incumbido de fazer que é policiamento ostensivo e preventivo, como se profissionalizará uma policia repleta de vícios, defeitos, e mazelas históricas, culturais, e políticas, para a nova função de investigar crimes até então desconhecida, o que é muito diferente da "arapongagem" que fazem com o serviço de inteligência e informação. Os cidadãos e os policiais não querem criar uma hidra de duas cabeças, ao contrário querem uma Polícia cidadã, ética, e cumpridora de seus deveres, funções e responsabilidades, sem o corporativismo deléterio que invadiu suas entranhas, que coloca cidadãos e policiais em lados opostos e conflitantes.
Ao fim, e a cabo, os oficiais querem fazer crer que estão dando os aneis, diga-se ciclo completo de polícia, para não peder os dedos, diga-se a militarização, que lhe garante um reinado quase absoluto, sem qualquer controle seja interno, ou externo, como há de ser em qualquer atividade pública e estatal.
*Especialista em segurança pública, ativista de direitos e garantias fundamentais, defensor da desmilitarização das Polícias Militares, e militante contra o assédio moral nas relações hierarquicas.
*Especialista em segurança pública, ativista de direitos e garantias fundamentais, defensor da desmilitarização das Polícias Militares, e militante contra o assédio moral nas relações hierarquicas.
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