Testemunhas voltam a prestar depoimento na quarta-feira, e ganha força a hipótese de execução de tio e sobrinho
PM voltou a ocupar o aglomerado e moradores mantêm queixas de abuso policial |
Indignada com o crime, que para a promotoria tem características de execução, a comunidade pediu nesta terça-feira (22), durante encontro com deputados e vereadores, o fim do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). A unidade da Polícia Militar (PM) é acusada de ter agido de forma arbitrária e de ter “plantado” provas para justificar a morte de dois inocentes.
A possibilidade do pedido de prisão foi anunciada pelo promotor Rodrigo Filgueira, que acompanha o caso. Ele esteve ontem no Departamento de Investigações (D.I.), na Lagoinha (Região Noroeste), durante os depoimentos de testemunhas e parentes das vítimas.
Uma jovem de 15 anos, que seria namorada de Jefferson, desmaiou e teve que ser levada para o Hospital Odilon Behrens. Também deram suas versões do fato uma moradora que teria presenciado os dois assassinatos, e que foi incluída no Programa de Proteção à Testemunha; um amigo da família, Ricardo Lancuna; o pai de Jefferson, Denilson Veriano da Silva; e um tio do rapaz e irmão da outra vítima, Jaílson Veriano da Silva.
Declaração de testemunhas será confrontada com a dos PMs
O teor das declarações não foi divulgado mas, segundo o promotor, permitiu a definição de três linhas de investigação para o episódio. Uma das hipóteses é de execução sumária. Nesta quarta-feira (23) mais seis moradores do aglomerado prestarão depoimento. Outros dois PMs que participaram da ação no morro devem ser ouvidos até o final da semana. A versão deles será comparada com a das testemunhas.
Ma terça-feira, o governador Antonio Anastasia pediu que o Ministério Público fique à frente das investigações. Ele evitou fazer um pré-julgamento da ação policial, mas garantiu que “o episódio não ficará impune caso seja comprovado de fato”.
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