QUANDO A VIDA NÃO VALE A PENA
A cena de um sujeito balançando o corpo sem vida, com a corda no pescoço, em um viaduto de
São Paulo, é impressionante. De um lado e de outro, em meio ao grande movimento de veículos e pedestres, as pessoas param por alguns minutos para repetir a mesma pergunta: o que leva uma pessoa a acabar com a própria vida?
Por toda história da sociedade humana, o suicídio foi uma constante. Aliás, pessoas famosas e aparentemente bem sucedidas recorreram a esse ato extremo. De personagens da mitologia a artistas, filósofos, escritores, poetas, dramaturgos, atores, cineastas, físicos, químicos, matemáticos, médicos, religiosos, políticos, reis, imperadores, militares, desportistas, agitadores, assassinos e mais seis Prêmios Nobel e vários vencedores de Prêmios Pulitzer. Pessoas bem sucedidas e sem problemas financeiros e aparentemente bem inseridas social e culturalmente.
A ocorrência de suicídios tem aumentado. Mais de 1 milhão de pessoas tiram a própria vida por ano. Poderíamos dizer que isso acontece proporcionalmente ao aumento da população mundial, mas ainda assim o ato em si é motivo de estudos e discussões polêmicas, em uma época de grande informação e recursos.
Coréia do Sul: onda de suicídios em 2010 leva a morte cerca de 40 pessoas por dia. Aparentemente suicidar-se virou solução para muitos problemas, como a crise financeira asiática, que desde 97 aumentou a instabilidade do emprego.
Há tempos o suicídio vem aumentando. Em dados de 2001, suicídios superaram a cifra de mortes por homicídio (500 mil) e mortes pelas guerras (230 mil) no mundo. Claro que agora, e desde 2002, os números estão mudando: as mortes por guerra, urbana (violência) e os confrontos internacionais superaram em muito essas estatísticas. Mas ainda assim não reduzem o impacto do atentado contra a própria vida. Morrer em uma guerra é fatalidade, mas acabar com a própria existência contraria o instinto básico, que é o da sobrevivência. Talvez a artificialidade da vida e a necessidade de trabalhos robotizados em longas jornadas exasperem a alma humana e tornem a visão da vida suficientemente frágil a ponto de torna-la dispensável.
É este o caso das mortes na China. Em uma fábrica de iPhone aconteceram no ano passado suicídios consecutivos. Empregados atiraram-se dos andares mais altos. De dez suicidas apenas dois foram salvos. A empresa contratou psicólogos e monges budistas foram chamados para afastar "maus espíritos";
E a pergunta é sempre repetida: o que leva uma pessoa a acabar com a própria vida? Cada qual tem um motivo superficial, mas a depressão parece estar presente em todos os casos de pessoas que atentam contra a própria vida.
Basicamente o suicídio nada mais é do que a entrega total dos pontos: a pessoa se vê sem alternativas para continuar lutando pela vida. Não há vida sem esforço para transformação!
Para a maioria das pessoas, o suicídio é uma forma de desprezo à vida. E de agressão ao meio. Para outras é a constatação de absoluta falta de controle sobre a própria vida. Mas a insegurança e o medo podem ser também a causa. O que transforma o suicídio em um ato absolutamente motivado pelo medo, ou pela covardia de enfrentar o futuro. No entanto, esperar pode mudar completamente essa sensação. "Um dia depois do outro" ou "amanhã é um novo dia" não são meros chavões, mas inidicam a dinâmica real da vida. As coisas realmente mudam, porque a própria interpretação das coisas é mutável!
Em geral os jovens se impressionam com a ação. Costumam interpretar o suicídio como coragem, esquecendo-se, em sua visão romântica, que só poderia haver coragem quando há valorização da própria vida...que poderia, talvez, enfrentar a iminência da morte para salvar outras.
Mas uma vez que a pessoa se sente derrotada e perdida, o suicidio parece ser apenas uma maneira de tentar evitar o sofrimento e os desafios. Portanto estaria mais próximo da interpretação de uma fuga ou um ato de covardia.
Fonte: Blog viramundo
Postado: administrador do blog
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada