Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Não podemos e nem devemos “cristianizar” a PM

Manifestações Populares
Por: Cel PM Picinini - vereador

Ontem, dia histórico, 17 de junho de 2013, o Brasil foi às ruas. Pessoas de todos os matizes políticos, raças, classe social, movidas por um sentimento único de indignação transformaram ruas e avenidas de nossas principais capitais em um tormentoso rio de gente.

Mesmo com distintas reivindicações, com difusas manifestações, cada participante tinha o seu motivo e, um motivo suprapartidário, transformando aquelas moléculas humanas separadas em um volumoso caudal, impossível de ser detido, que tem um único recado às lideranças políticas: Do jeito que a coisa está não dá para continuar.

Os sinais dessa revolta popular, ainda no seu nascedouro, ficavam cada vez mais claros, quando mesmo motivos pequenos serviam de pretexto para grandes manifestações. Somente os dirigentes políticos que escudam suas ações em demagógicas alegorias de que tudo está bem, que o Brasil é maravilhoso, que o seu povo pacato é alegre e festeiro por natureza, apostavam que a população continuaria deitada no seu “berço esplêndido”, aceitando os desmandos, negociatas e maracutaias que a todo o momento têm manchetes na imprensa. Paralelo a isso, a crescente violência marginal, impondo o seu terror sem ser contida, colocou em cheque o sistema de defesa social e a justiça. Sem ter mais aonde apelar o povo foi às ruas. No começo timidamente, logo em grandes massas.

Aí, no cumprimento do seu difícil dever de ofício, com o objetivo de garantir o livre direito a manifestação pacífica e também de preservar os patrimônios público e privado das ações de vândalos, as polícias militares também foram mandadas às ruas.

Num primeiro momento, depois das inevitáveis escaramuças que qualquer grande manifestação provoca, entre as forças da lei e da ordem e a parte baderneira dos manifestantes, políticos conhecidos não se eximiram de, em tom solene e com autoridade, exigir que os manifestantes se aquietassem.
Num segundo momento, vendo que seus discursos caíam no vazio e serviam apenas como combustível às manifestações passaram a assestar suas palavras contra a polícia, fazendo coro àqueles que não querem admitir o emprego da força para conter a baderna.

Daí as policias militares, com seus parcos efetivos, encarregadas da hercúlea tarefa que lhes cabe, voltaram, como na música de Chico Buarque, ser a “Geni”. Tudo passou a ser atirado contra elas. Acabaram por receber a culpa pelas manifestações e pela indignação do povo.

Não podemos e nem devemos cristianizar essas forças da lei e da ordem. Elas representam, em rápido argumento, a tênue linha que separa o caos e a barbárie, da ordem e da civilização como conhecemos. Num momento de extrema tensão, atos de excesso podem acontecer de ambos os lados. A Força Pública foi colocada ali, não porque ela não concorde com os argumentos de A ou de B. Ela está ali porque é o seu papel. Não podemos culpá-la pelas respostas as provocações que visam desmoralizá-la ou por defender o que é moral e que é legal.

Os bravos soldados de nossa Polícia Militar que só cumpriram com o seu dever, apesar de qualquer opinião contrária, merecem o respeito do seu povo, que no dia-a-dia do seu trabalho, só sabem servir.

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