Acorda, Policial e Bombeiro Militar!
O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.
Não podemos e nem devemos “cristianizar” a PM
Manifestações Populares
Por: Cel PM Picinini - vereador
Ontem, dia histórico, 17 de junho de 2013, o Brasil foi às ruas.
Pessoas de todos os matizes políticos, raças, classe social, movidas por
um sentimento único de indignação transformaram ruas e avenidas de
nossas principais capitais em um tormentoso rio de gente.
Mesmo com
distintas reivindicações, com difusas manifestações, cada participante
tinha o seu motivo e, um motivo suprapartidário, transformando aquelas
moléculas humanas separadas em um volumoso caudal, impossível de ser
detido, que tem um único recado às lideranças políticas: Do jeito que a
coisa está não dá para continuar.
Os sinais dessa revolta popular,
ainda no seu nascedouro, ficavam cada vez mais claros, quando mesmo
motivos pequenos serviam de pretexto para grandes manifestações. Somente
os dirigentes políticos que escudam suas ações em demagógicas alegorias
de que tudo está bem, que o Brasil é maravilhoso, que o seu povo pacato
é alegre e festeiro por natureza, apostavam que a população continuaria
deitada no seu “berço esplêndido”, aceitando os desmandos, negociatas e
maracutaias que a todo o momento têm manchetes na imprensa. Paralelo a
isso, a crescente violência marginal, impondo o seu terror sem ser
contida, colocou em cheque o sistema de defesa social e a justiça. Sem
ter mais aonde apelar o povo foi às ruas. No começo timidamente, logo em
grandes massas.
Aí, no cumprimento do seu difícil dever de ofício,
com o objetivo de garantir o livre direito a manifestação pacífica e
também de preservar os patrimônios público e privado das ações de
vândalos, as polícias militares também foram mandadas às ruas.
Num
primeiro momento, depois das inevitáveis escaramuças que qualquer grande
manifestação provoca, entre as forças da lei e da ordem e a parte
baderneira dos manifestantes, políticos conhecidos não se eximiram de,
em tom solene e com autoridade, exigir que os manifestantes se
aquietassem.
Num segundo momento, vendo que seus discursos caíam no
vazio e serviam apenas como combustível às manifestações passaram a
assestar suas palavras contra a polícia, fazendo coro àqueles que não
querem admitir o emprego da força para conter a baderna.
Daí as
policias militares, com seus parcos efetivos, encarregadas da hercúlea
tarefa que lhes cabe, voltaram, como na música de Chico Buarque, ser a
“Geni”. Tudo passou a ser atirado contra elas. Acabaram por receber a
culpa pelas manifestações e pela indignação do povo.
Não podemos e
nem devemos cristianizar essas forças da lei e da ordem. Elas
representam, em rápido argumento, a tênue linha que separa o caos e a
barbárie, da ordem e da civilização como conhecemos. Num momento de
extrema tensão, atos de excesso podem acontecer de ambos os lados. A
Força Pública foi colocada ali, não porque ela não concorde com os
argumentos de A ou de B. Ela está ali porque é o seu papel. Não podemos
culpá-la pelas respostas as provocações que visam desmoralizá-la ou por
defender o que é moral e que é legal.
Os bravos soldados de nossa
Polícia Militar que só cumpriram com o seu dever, apesar de qualquer
opinião contrária, merecem o respeito do seu povo, que no dia-a-dia do
seu trabalho, só sabem servir.
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